O pacto social de outrora e as consequências nos dias de hoje

"Ontem desejava-se um Estado que atendesse às necessidades da população, que partilhasse bem o dinheiro público e evitasse calamidades e violações de qualquer grau. Assim deu-se o contrato social, em que homens, cidadãos da época, livres, abriram mão de sua liberdade para que o Estado detivesse em suas mãos o poder de decidir em favor da coletividade.

Desse modo o Estado nasceu para atender as expectativas da sociedade, os anseios dos pobres. Para repartir bem o pão e não lesar a outrem.

No entanto, com o passar do tempo, o Estado se corrompeu, ou abandonou a sua real e mais premente função: atender os desejos da sociedade e favorecê-la.

Hoje se clama por direitos já previstos nas leis, mas não aplicadas, não eficazes. Direitos já nascidos, mas não implementados, colocados em prática, por falta de recursos ou mesmo interesse. O que trouxe uma série de calamidades e ilegalidades, feitas diuturnamente por quem deveria não só resguardá-los, mas aplicá-los.

Ademais, o mesmo homem que paga os seus impostos e mantêm o poder público, recebe a ingratidão deste e apenas observa, silente, o decorrer dos tormentosos dias e deseja, intimamente, aboli-lo, apenas isso. Já que, não parece ter valido a pena fazê-lo existir, não parece ser justo conviver com tamanha miséria, falta de condições, quando na verdade se é rico; mas se paga caro por um serviço que não existe.

O problema tão somente repousa na delegação do poder do homem ao Estado e na renúncia da sua própria liberdade, acreditando que seria melhor para todos. O que, observando a realidade vivida, não parece ter sido uma boa escolha.

Portanto, vive-se a duras penas, a miserabilidade humana contemporânea, através da negativa de direitos por parte do poder público, da tamanha exigência e concorrência por parte do capitalismo e da inflamada desumanidade que assola a todos dia a dia, a qual exsurge com o nome de crise econômica, o mal do século.

E tudo permanece naturalmente como está: o Estado inerte, agindo apenas quando provocado, mas somente naquilo, e da forma que desejar, e os povos aflitos, mas conformados com a dura realidade proveniente da má escolha feita outrora, a qual fez nascer o Estado, conferindo-lhe o poder que era do homem.

Triste fim. Reais consequências. Pacto que não valeu a pena".

DACDJ
Enviado por DACDJ em 14/06/2017
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