Mundo de muito corpo e pouca alma

Amigos

Esse texto, não sei se é de Roberto da Mata mesmo (Antropólogo carioca) mas vale a pena ler. É a propósito dos falecidos Bergman e Antonioni. Reproduzo apenas o parágrafo final para que todos possamos refletir:

"Um mundo com muita informação e pouca sabedoria; muita moda e pouca elegância; muito sexo e pouca sensualidade; muito dinheiro e pouca generosidade; muito terminal e pouca pista; muita exibição e pouco espetáculo; muito corpo e pouca alma; muita viagem e pouca jornada; muita bebida e pouco espírito; muita casa e pouco lar; muita religião e pouca fé; muitos casórios e poucos casamentos; muitas escolas e pouco ensino; muitas instalações e pouca arte; muita maluquice e pouco louco; muita ideologia e pouca revolução; muita tela e pouca pintura; muito estádio e pouco jogo; muito atleta e pouco recorde; muita novidade e pouco milagre; muito charme e pouca graça; muita politicagem e pouca política; muito livro e pouca literatura; muita teoria e pouco entendimento; muita arma e pouca paz; muito desânimo e pouca esperança; muito cacique e pouco índio; muita tarefa e pouco trabalho; muito carro e pouca rua; muita desonestidade e pouca honra; muita sujeira e pouco sabão; muita cidade e pouco urbanismo; muita missa e pouca reza; muito populismo e pouco povo; muito problema e pouca vergonha; muito crime e pouca culpa; muito juiz e pouca sentença; muito criminoso e pouca prisão; muita escuridão e pouca luz; muita palavra e pouco sentido; muito ódio e pouco amor; muita fome e pouca comida; muita dor e pouco consolo; muitos deuses e pouco sacrifício; muita areia e pouco caminhão; muito ver e pouco enxergar; muito pelado e pouco nu; muita música e pouca melodia; muita escrita e pouca literatura; muito brilho e pouca inteligência; muita confiança e pouco amor; muita légua e pouca botina; muito fantasma e pouco ancestral; muito falar e pouco fazer; muito ouvir e pouco escutar; muita sede e pouca água; muito intelectual e pouco intelecto; muita mendacidade e pouca honestidade e, como dizia Luis Buñuel: muita realidade e pouca imaginação... "