BONS TEMPOS DA MINHA MOCIDADE,,,JOÃODEPAULA

BONS TEMPOS DA MINHA MOCIDADE

Terra Natal: Uruburetama-Ce.

De: João Batista de Paula – Escritor e Jornalista.

Sou do da época em que, antes de entrar no colégio, fazia uma fila no pátio do Colégio Maria Julia Maia Bomfim, para todos os alunos cantarem o Hino Nacional e o Hino da cidade.

Tempos que a gente Rezava as Ave Marias!

Em seguida, por turma, entravamos na escola, com toda ordem e respeito. Na cidade, nenhum aluno poderia andar pelas ruas, usando a farda escolar, usando a camisa no ombro, andando nu da cintura para cima; e se participasse de algum tipo de brincadeira, discussão ou agressão, o diretor da escola ficasse sabendo, a gente recebia castigo, sendo suspenso por dois dias ou uma semana da Unidade escolar

O Padre- Quando a gente avistava o padre Solon, que usava batina preta, andando em torno da praça Soares Bulcão , o respeito aumentava e a gente fazia silêncio como bons mocinhos até o padre passar pela gente, depois ficávamos no tim tim tim..

Nós participávamos todos os sábados à noite das missas; e nos domingos, pela manhã, com todo fervor e dedicação, na Paroquia São João Batista.

O coral e a missa tocada no órgão – piano – era uma maravilha, prendia e chamava nossa atenção aquela sonorização.

Nesta paróquia fui batizado, fui crismado, participei de grupos de catequese e do grupo de jovens por mais de 4 anos, antes de vir morar na Bahia.

A oração do Angelus era entoada ao meio dia e às seis da tarde, pela radiadora da Igreja.

Semana Santa- Na semana santa, eu fazia o papel de Jesus Cristo, no largo da igreja. Eu era magro e alto, naquela época. Minha mãe Mariinha, chorava em vê eu crucificado naquela cruz, amarrado com cordas, usando àquela coroa de espinho.

Tudo fazia parte do teatro da igreja!

O teatro paroquial do grupo de jovens era uma benção. Realmente, eram bons tempos.

Lembro muito bem do padre Arnaldo Pestanozzi, que nos dava todo apoio nas atividades paroquiais, grupo de jovens, grupo teatral e encontros de jovens, retiros, intercâmbios.

Festa Junina - No mês de Junho, festa alusiva ao padroeiro São João Batista, cada noite era dedicada a determinada comunidade. Fogos de artifícios e os balões eram notórios nas festividades. Um encantamento!

Centenas de religiosos e religiosas participavam ativamente das atividades.

Em seguida, existia os Leilões com a participação das autoridades e personalidades do município para arrecadar donativos para a Igreja e para os trabalhos pastorais. Era tudo de bom! Ninguém falava em miséria e nem em dificuldades.

As quadrilhas juninas, coordenadas pelo professor José de Arimatéia, irmão de Emilia; e Weldon, filho da professora Jesuita, irmão da Dóra, era um espetáculo à parte.

Tudo dentro da harmonia, bem e belo.

Funeral- Quando falecia alguém importante do município, professor, vereador, empresário, alguém de destaque especial no campo cultural ou familiar, todos os alunos eram obrigados a participar do funeral e da missa de corpo presente.

A pontualidade era fundamental! O cortejo fúnebre era muito bonito com a presença dos alunos em fila indiana do lado e de outro.

Bons tempos dos nossos educadores: José Silva Novo, Irmã Vasconcelos e Fátima Ávila, nos anos 70 e 80. Uma era de ouro.

Mês Mariano - Durante o mês de Maio, dedicado a Maria, Mãe de Jesus, todos nós eram orientados a brilhar mais no comportamento e no saber escolar.

Ser bom aluno, bom filho, bom no exemplo e no trato com as outras pessoas, com outros alunos de outras unidades escolares, com a família e a nossa comunidade; para termos o merecimento dos nossos nomes perto da coroa de Nossa Senhora. Nota 10!

Uma imagem tamanho grande de Nossa Senhora das Graças foi colocada no portal da cidade, derramando graça e paz para quem chegar no local.

Bom dia irmão- Na sala de aula, a gente aprendia com os nossos amados professores e orientadores, a cantar a musica: “ Alô? Bom dia, oh como vai você? Um olhar sempre amigo, um claro sorriso e um aperto de mão. E a gente sem saber como e porque se sente feliz a cantar uma alegre canção”...

UMA OUTRA CANÇÃO, QUE FICOU NA MINHA MEMÓRIA, A LETRA DIZ: " BOM DIA, BOM DIA, BOM DIA, HOJE EU ESTOU TÃO FELIZ. BOM DIA, BOM DIA, BOM DIA, MEU CORAÇÃO É QUE DIZ..."

Aprendíamos a cantar musicas de boas vindas para quando alguém visitasse nossa sala de aula, a gente recepcionava cantando. Uma maravilha< A boa educação e a formação que adquirimos,

Sete de Setembro- Os desfiles do 7 de setembro, uma outra maravilha. A ordem, a disciplina, o respeito eram enfatizados. Eu sempre participava em destaque, representando o Tiradentes, a liberdade. Era muito legal.

O desfile percorria as principais ruas de Uruburetama, sempre com aquela disciplina exemplar e espetacular, que arrancava aplausos e admiração de todos.

Festa da cidade - Na festa da cidade, no primeiro de Agosto, além das solenidades promovidas pela Prefeitura e pela Câmara de Vereadores, tínhamos a festa da Banana, além das carreatas com carros enfeitados de bananeiras. A gente aplaudia e participava.

A festa da Banana era a mais tradicional , ainda é, nos tempos de hoje, com eleição da rainha da banana e outras atrações no Centro Israeelense de Uruburetama.

Na verdade, Uruburetama era o maior produtor de Bananas do Estado do Ceará, com exportação da fruta para outros estados brasileiros.

Nossa Atriz - Quando a atriz Florinda Bulcão, filha da cidade, visitava Uruburetama, nós alunos ficávamos na entrada da cidade para fazer nossas saudações de boas vindas.

O Professor José Solon, da Escola Normal, era o anfitrião perfeito para recepcionar a atriz internacional, que viveu anos na Itália, onde participou de filmes italianos e participou de filmes brasileiros.

Minhas Escolas- Estudei nos colégios Monsenhor Antero José de Lima e no Maria Julia Maia Bomfim, No Maria Julia, cursei o segundo grau e fiz dois cursos: Magistério e Contabilidade.

Fiz vários cursos por correspondência pelo Senac, Meu primeiro emprego foi numa merceária, em seguida trabalhei numa loja de roupa da Unitudo, administrada por Tarcisio, filho do seu Deijacir. Depois fui trabalhar no Foto Benigno, Trabalhava pela manhã, estudava à tarde e à noite.

Fiquei com Benigno por muitos anos até lançar meu primeiro livro intitulado “ Você é Importante”, em meados de 1984, quando participei da inauguração da Igreja Santa Luzia, no distrito de Santa Luzia, em seguida viajei para a Bahia objetivando divulgar meu livro, onde permaneci e cuidei de ampliar meus conhecimentos até hoje.

Na Bahia LANCEI MAIS cinco livros na área de BEM viver em EDIFICAR TEMPLOS ÀS VIRTUDES, O que aprendi com meus AMADOS mestres, professores, AMIGOS, família e o amor à vida.

Familia- Meus pais, João Félix dos Santos e Maria Francelino de Paula, eram pequenos agricultores. Meu pai vendia peixe na feira e MINHA mãe era lavandeira de roupa, ou empregada doméstica.

Minha eterna gratidão a formação que obtive com a família, com a igreja e com a escola. Uma vida simples, feliz, educadora e exemplar,

Os jovens eram obedientes a Deus, a família, a escola e as autoridades municipais, respeitando a todos em suas hierarquias.

Bons tempos1

Por isso, tenho dito: Só faz boas recordações quem as tem.

Viva nossa gente!

Viva nossa cidade.

Vivo PRESENTE em Ubiretama através da minha família, meus pais e meus irmãos, tios, tias e primos, amigos e conterrâneos.

Meus pais: Marinha JOÃO FELIX.

Meus irmaos: AMERICANO e Ana CÉLIA, sobrinhos, primos, tias. etc. Este CHÃO SOU EU.

João de Paula
Enviado por João de Paula em 21/08/2018
Reeditado em 21/08/2018
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