Adormeci, tentando achar as respostas variadas do amor.
Dos sonhos que ele traz, da felicidade oculta nas pequenas coisas... As respostas nunca vêm, nem o alivio chega!
As vezes eu acordo e me questiono sobre as dores do amor...
Das suas linhas paralelas e das diferenças sutis entre elas...
Sei que foram muitas as vezes que você me tirou do escuro,
com seu sorriso e me acolheu nos seus braços...
Mas, que a aparente verdade seja dita!
Tantas quantas me tirou, ou mais, foram as vezes em que por motivos desconhecidos por mim, você me colocou lá, no mesmo escuro e me deixou no frio, na indiferença...
Momentos no tempo que sempre é melhor esquecer,
mas somos como um cristal, desenhado e bonito,
que se quebra quando cai... Podemos tentar restaurar, colar, unir com a melhor cola, mas nunca será o mesmo novamente,
a luz já não passará por ele sem múltiplos raios coloridos...
Por muito tempo tentei emergir, tentei sair deste escuro,
me livrar das palavras ofensivas, tanto tempo..., que eu fui deixando de ser eu, era apenas uma sobrevivente, inquieta na minha quietude, na minha covardia, fui me deixando para traz um pouquinho a cada dia, como era feito por ti.
Me esqueci das lições aprendidas,
me esqueci que um ser só se torna realmente grande quando se curva, abaixando se para ajudar o outro, para acolher um animalzinho, para plantar uma flor...
Me esqueci, que desistir nem sempre significa perder...
Mas sim, nascer de novo, ter uma chance de tentar novamente... Relevante?
Fiquei sem saber por muito tempo o que seria realmente relevante! Até que um dia eu espiei pelas frestas e consegui ver uma luz... Acreditei nela, clamei por ela, consegui então a força necessária, e emergi... Respirei, chorei..., chorei... sim, aquele choro dos filmes, por muito tempo e até esmorecer embaixo do chuveiro...
Chorei, porque eu consegui a força para sair do escuro,
para voltar a ver a luz do dia, para deixar para traz o que tanto me oprimiu, me prendeu e me tirou do eixo...
Sei que tenho as minhas culpas,
principalmente por permitir que você me tratasse assim,
por não conseguir enxergar o escuro, as amarras,
a submissão na qual eu me coloquei,
por medo, dor, por me sentir menor, por achar que a gente era para sempre? Não sei!
Mas sobrevivi..., a você, a mim, ao caos, a dor e a escuridão!
Voltei, depois de muito tempo...,
respirei e entendi melhor as coisas,
não existe culpados ou libertadores,
existe apenas o que permitimos que seja feito de nós,
temos que ter em nós a força libertadora, aquela que nos guia,
que nos faz seguir em frente, acreditar que somos todos iguais, que merecemos sempre a chance de descobrir os caminhos, e seguir por eles, sou agradecida por tudo,
principalmente por ter conseguido sair do escuro,
por emergir e respirar novamente...


By Silvana Santos