Por sua vontade: (livre arbítrio)
Os detalhes dos acontecimentos estão na dependência das circunstâncias que ele mesmo provoque, com os seus atos, e sobre os quais podem influir os Espíritos, através dos pensamentos que lhe sugerem.
A fatalidade está, portanto, nos acontecimentos que se apresentam ao homem como consequência da escolha de existência feita pelo Espírito; mas pode não estar no resultado desses acontecimentos, pois pode depender do homem modificar o curso das coisas, pela sua prudência; e jamais se encontra nos atos da vida moral. É na morte que o homem é submetido, de uma maneira absoluta à inexorável lei da fatalidade, porque ele não pode fugir ao decreto que fixa o termo da sua existência, nem ao gênero de morte que deve interromper-lhe o curso.
A Doutrina Espírita é mais moral que as doutrinas comuns: ele admite para o homem o livre arbítrio em toda a sua plenitude; e ao lhe dizer que, se pratica o mal, cede a uma sugestão má que lhe vem de fora, deixa-lhe toda a responsabilidade, pois lhe reconhece o poder de resistir, coisa evidentemente mais fácil do que se tivesse de lutar contra a sua própria natureza. Assim, segundo a Doutrina Espírita, não existem arrastamentos irresistíveis: o homem pode sempre fechar os ouvidos à voz oculta que o solicita para o mal no seu foro íntimo, como o pode fechar à voz material de alguém que lhe fale; ele o pode por sua vontade (livre arbítrio), pedindo a Deus a força necessária e reclamando para esse fim a assistência dos bons Espíritos. É isso que Jesus ensina na sublime fórmula da oração dominical, quando nos manda dizer: - “Não nos deixei cair em tentação, mas livre-nos do mal”. O livre arbítrio é a asa do ser. Seu nome é liberdade. Ninguém pode apossar-se do livre arbítrio de outrem. Todos nós temos o direito de acertar ou de errar.
Léon Denis diz que a liberdade é a condição necessária da atina humana que, sem ela, não poderia construir seu destino. É em vão que os filósofos e os teólogos têm argumentado longamente a respeito desta questão. À porfia têm-na obscurecido com suas teorias e sofismas, votando a Humanidade à servidão em vez de guiá-la para a luz libertadora. A noção é simples e clara. Os druidas haviam-na formulado desde os primeiros tempos de nossa História. Está expressa nas "Tríades" por estes termos: Há três unidades primitivas - Deus, a luz e a liberdade.