gostei e postei!!

No dia em que deixamos de nos encantar, estamos velhos. Mortos. No dia em que o mundo nos deixa de espantar, já partimos. Quando perdemos a enorme capacidade de nos emocionar com a bondade de alguém, o sorriso de uma criança, a ingenuidade de alguém, a força de um amor, a incompreensão da fé ou a vontade de ser maior e diferente…já deixámos de ser humanos e perdemos o cordão umbilical que nos une aos deuses. Ser humano é ser crente. Acreditar. Acreditar em algo. Na metafísica de deus. Em Deus sem metafísica. Nos outros. Em nós. No dia que aí vem. No sol e nas estrelas. Na noite que nos descansa ou nos transforma. Em ser. Acima de tudo, em ser. Em achar que tudo vale a pena. Que todos os segundos que gastamos a aprender, a ouvir, a ver, a amar, valem a pena. Mesmo que daí advenha…quase nada. Não vivemos para os resultados. Vivemos para as lutas. Não vivemos para os destinos. Vivemos para as viagens. Porque o nosso destino final, acreditemos no que acreditemos, está ditado desde sempre. Desde o “nosso” sempre. Vale a pena? Olhemos para a nossa alma e saberemos. Às vezes sim. Outras vezes, talvez. Nunca? Tenho dúvidas. Mas espero que essas nunca se me acabem. No dia em não duvidar, morri.

EÇA DE QUEIROZ

Favinho de mel
Enviado por Favinho de mel em 10/03/2019
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