Nº10 - Quem sou eu?

Bom dia Unicórnio,

São 09:07 e o numero de hoje é o 27.

Tenho procurado raspar a tinta com que me pintaram os sentidos e desvencilhar-me desses padrões impostos pela sociedade desde o meu nascimento; tenho lutador para desencaixotar minhas emoções verdadeiras e aceita-las tal como são; desembrulhar-me e ser eu, não um CPF, um Titulo de Eleitor, uma CTPS, um Diploma, uma expectativa, um objeto, mas um animal humano que a natureza produziu. Sei que a muitos anos tenho vivido a obstinação de responder três perguntas “Quem sou eu?”, “Onde Estou?”, “O que eu quero?”. Não sei se porque sou um ser em constante transformação, mas não consigo respostas.

Às vezes gostaria de levantar e esquecer que meu nome é Tiago Perco, pois o meu nome me diz o que devo ser, o que devo pensar, o que devo falar. Meu nome às vezes é uma gaiola em que estou preso. Preso a um passado de lembranças, um presente de cobrança e um futuro de incertezas. Mas então me deparo com a angustia de que, se eu esquecer quem sou, de fato esquecerei todo contexto ruim que faz de mim um ser frágil, mas também esquecerei de pessoas e de momentos extremamente importes que contribuíram e contribuem para que eu seja o ser humano que sou.

Querido unicórnio, às vezes acordamos com a vontade de colocar uma mochila nas costas e desaparecer. Fugir não do mundo, mas do que temos sido no mundo. Nesta quarentena tenho refletido muito sobre quem eu sou, e esse dialogo consigo mesmo às vezes chega ser pior que debate eleitoral em época de campanha presidencial. Às vezes da vontade de apagar tudo de ruim da minha vida, mas lembro-me que a inocência foi feita para o Jardim do Eden, e que preciso sobreviver a este lugar louco.

Assim vou seguindo, vamos seguindo um dia após o outro e que de todas as coisas, o amor venha ser o nosso maior mentor, orientador, amigo, nesta pandemia e na vida.

Um ótimo dia a todos vocês!

P.S.

Obrigado Amilcar Herrera e Alberto Caeiro por me possibilitarem relfetir sobre mim de forma tão singular.