ESFINGE
Há momentos que não sei se sou triste ou sou feliz...
Chego à conclusão, às vezes, de que vivo meio que em cima desse muro onde cada lado é um extremo, e fico tentando perambular e me equilibrar por cima dele. Algumas vezes tropeço em meus passos desajeitados e escorrego para um lado qualquer. Muitas vezes dói muito, é um tombo duro, seco, sem nada que faça cessar mais rápido a dor, só mesmo o passar do tempo.
Noutras a queda é suave como pluma, e há sempre asas que me seguram e brincam me fazendo sorrir e me sentir ainda mais leve que o ar.
Há sonhos e realidades que teimo em deixar passar, mas não sei se é uma teimosia proposital ou já arraigada a mim por muito errar. Mas se for por errar, é também uma forma de acertar, pois é errando que se aprende, ao menos é o que ouço tantas vezes.
Mas o que escolher afinal? Como me manter no fino espaço de cima desse muro tão estranho, que não me deixa escolher o lado certo a ficar?
Do que falo, afinal, em tão loucas e improdutivas palavras?
Sei lá...
Se alguém decifrar, devora-me...
Beijos