Recado de um guardião

Recados de um guardião

Boa noite, moço! Pronto para ouvir um pouco mais hoje? Bem, pronto ou não, precisas ouvir, não é mesmo? Não te espantes com as minhas gargalhadas, moço! Elas vibram para quebrar e recolher as negatividades que estão ao redor. Teus olhos físicos não te permitem ver e teu ego cega a tua visão espiritual. Mas teu corpo, teu espírito, tua mente e teu coração sentem todas as energias do entorno. Não é à toa que tens mal estar, dor de cabeça, tontura, calafrios. Às vezes somos nós te intuindo de algo, a que nem sempre dás atenção. Outras vezes são seres negativados que se aproximam para te provocar, te perseguir, te sugar. Eles se aproximam atraídos por tuas vibrações ou porque nós permitimos para que aprendas as lições que precisas aprender.

Não adianta fazer essa cara não, viu, moço. Eu sei o que está aí dentro de tua cabeça. Questionas por que nós permitimos essa aproximação negativa, não é mesmo? Mas tu e os teus querem que apenas nós resolvamos os problemas. Ora, se não fomos nós que os criamos, por que somos nós que temos de resolver? Simples assim, moço. Simples assim. Te damos apoio, sustento, indicamos os caminhos, as opções. Porém, moço, a escolha é sempre tua. Tens o livre arbítrio e podes usá-lo como bem entender. Só não pode esquecer que toda ação provoca uma reação. Podes escolher o que vais plantar e se vais plantar, mas não podes decidir se vais ou não colher. A colheita é obrigatória, moço, até mesmo quando nada plantas.

Tu e os teus lamentam a morte como se fosse a pior coisa do mundo. Quanta tolice! A morte é necessária, é irmã siamesa da vida. Vida e Morte são filhas do mesmo Pai. E na frieza do termo, moço, a morte não existe. Existe apenas a vida, que segue ora reta e ora torta! Eu sei, moço, é difícil compreender, não é mesmo? Não é fácil. Se nós do lado de cá demoramos para entender isso, imagina vocês que ainda vivem presos ao materialismo e às coisas passageiras. Nós entendemos a tua dificuldade e a dos teus. Entendam a morte como uma passagem de volta à verdadeira pátria, um recomeço. Calma, moço! Acalma teus pensamentos. Não estou dizendo para não chorarem ou lamentarem a perda de alguém. Chorem e lamentem apenas o necessário.

A morte, como vocês entendem, não significa o rompimento dos laços e cordões. Quando se perde alguém, as vibrações continuam interferindo um no outro. E aí eu te pergunto, moço. Tu, que viste muitas vezes o sofrimento de quem partiu, deseja que se continue sofrendo quando se chega desse lado? Todos precisam de paz, moço! Todos precisam de paz para que possam se recuperar para uma nova etapa da Vida. Mas também, moço, há quem parta de volta para cá deste lado, não entenda e não aceite os fatos. Aí ficam sofrendo e provocando perturbações nos que ficaram. Estes seres de coração duro, moço, demoram mais para aprender, mas aprendem. Aí eu pergunto se, tu que já sofreste tanto, quer continuar sofrendo quando chegar aqui? Eu acredito que não, mas a decisão é só tua. Portanto, moço, vigia teus pensamentos e meça bem as tuas palavras, porque quando chegares aqui, tu terás remédio e consolo se precisar. No entanto, se precisares de correção, terás a merecida correção: exatamente na medida de teus atos. Não falo isso para te assustar, não! Falo isso para que possas aprender e minimizar as dívidas que contraíste desde o início de tua existência. A espiritualidade de luz não barganha preços, moço! A espiritualidade de luz é justa e dá a cada qual o que cada qual merece. Claro que há quem aceite a barganha, mas posso garantir que não são seres de luz. Cuidado, viu, moço! Cuidado, porque se tu fizeres tais barganhas, tua dívida será cobrada com juros de agiota. E os agiotas do lado de cá fazem os de vocês parecerem anjinhos.

Estou vendo que teu coração ainda carrega muita mágoa, desta e de outras vidas. É fardo pesado demais que não deves, nem precisas carregar. Esvazia teu peito desses sentimentos, se não vai tudo reverberar no teu físico. E, moço, quando junta a dor do corpo com a dor da alma, o joelho dobra e nem todo mundo aguenta. Aprende, moço, a perdoar a si e aos outros. Não quita a dívida, mas torna mais fácil o caminhar dos dois lados da Existência. Quem perdoa de verdade, moço, não fica remoendo as coisas. Fazer isso só traz mais dor ainda. Esquece, ou como vocês dizem, arquiva num cantinho bem escondido e deixa lá até que o tempo se encarregue de fazer o que tiver de ser feito. Também, moço, perdoar não significa aceitar ser feito de trouxa, não! Quem perdoa tem o direito, e deve exercer, de não aceitar mais a mesma situação. A situação só muda, moço, quando há uma transformação que parte de dentro de cada um, nenhum ser muda por ações externas. As situações externas são meios, e não causas, para que exista a transformação. Pedra vira pó, moço. Pedra não vira água. Mas a água pode virar pedra, não é moço!?

O que eu quero dizer com tudo isso, moço? Quero dizer que todos devem manter a esperança de que as coisas vão melhorar, e vão mesmo. Só que não no tempo curto que tu e os teus desejam. Não queiram ser egoístas em colher os frutos do que não plantaram. Muitas vezes, moço, quem planta, não colhe no tempo que planta, mas deixa para que aqueles que vêm depois colham os frutos e renovem o plantio. Quando não se prepara o terreno para o próximo, o terreno se esgota e então o agora deixa de existir. Se o agora deixa de existir, não há amanhã, não é moço? É tão claro quanto água limpa, vocês é que têm dificuldade para enxergar.

Muitos de vocês, moço, se escondem sob o nome de “realistas” e vivem a espalhar somente coisas ruins e acabam com as esperanças de quem ainda enxerga a luz no fim do túnel. A dívida de quem faz isso será acrescida de juros altos. Ninguém tem o direito de matar a esperança de ninguém, moço. Se alguém acredita em algo em que não acreditas, deve-se deixar que essa pessoa enxergue por si mesmo a realidade, mesmo que se seja doloroso. A dor muitas vezes é o remédio amargo que deve ser ministrado para que as pessoas se curem do que elas mesmas provocam. E eu te pergunto de novo, moço: e se quem precisar enxergar as coisas a partir de outro ponto de vista, for justamente quem critica a visão do outro? Difícil, não é mesmo! Seria mais fácil se todos simplesmente se ajudassem, mas muitos ainda confundem o ajudar com o fazer pelo outro. E claro que não é isso. Ao menos na maioria das vezes não.

Já vou embora, moço. Está na hora. Espero ter ajudado, mas repito: a decisão é de cada um. Ninguém deve delegar ao outro o que lhe cabe e muito mais grave é outorgar a si o que cabe ao outro. Pensa bem em tudo que foi dito! E uma última coisa, moço, os seres espirituais, da luz e das trevas, se expressam conforme aqueles que ouvem e por aqui todos têm capacidade para entender qualquer forma de expressão. Espírito de luz (das trevas também) não precisa ter linguajar pobre para se fazer entender. E utilizar um linguajar simples não é sinal de pobreza, mas de humildade com aqueles que nos escutam. Eu sei que tu e os teus ainda vão questionar muito, o que não é errado, muito pelo contrário. Mas cuidado com o quê e como questionam.

Pronto, o meu recado foi dado. Boa noite, moço! Até a próxima!

Um guardião – 12-07-2020

(Cícero)

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 12/07/2020
Código do texto: T7003743
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