DIÁRIO DE BOMBORDO...42...Farol de São Tomé-Campos- Rj....30/ Out/2008.
Meu relógio biológico é incrível, basta saber que no outro dia tenho que acordar cedo para viajar ,que os três neurônios (loiro tem três ),se encarregam de me detonar antes das 5h00 da manhã. Em silêncio,tomei café e fui arrumando as tralhas ,até o Santa cair da cama. Choveu fino a noite mas na hora de partir estava apenas nublado . Preparei-me para um dia conturbado mas sempre achando que o tempo melhoraria. Dei um grande abraço no amigo, e quase choramos .Agradeci por tudo que ele me fez e a esposa Nair.,que autorizou ,isso não tem preço. Falou que agora vai descansar, porque eu vivo a 220 por hora .Tomei uma água de coco geladinha antes de partir valeu Santa ,obrigado . Não cheguei a tomar nenhuma gotícula( isso é meigo) de chuva, e em pouco tempo o céu já se apresentava nublado mas aquele nublado avisando que vai melhorar... PPS. Comecei a tirar a capa de chuva e a viagem melhorando. Parei na barra do rio São João, lugarzinho bonito com uma igreja de 1619 num Outeiro e vale a pena conhecer,numa cidadezinha pacata chamada Casimiro de Abreu. Conversando com local, descobri que é ponto de partida para uma viagem excelente pelas serras, onde você vê comunidade diversas, tipo hippie, e outras, além de belas paisagens ,Guardei no cerebelo. Logo estava em Rio das Ostras, e quando digo logo ,aqui pra mim o tempo voa mas não me pergunte a hora. No caminho vi uma cena gozada: um porquinho da índia (um roedor maior que um rato) atravessou a estrada, e logo em seguida dois vira latas fizeram um Pampeiro danado pra pegar o bichinho que se escondeu no meio de um tufo de cactos, e eu acho que não conseguiram..... felizmente. Vi uma placa Mirante da lagoa, e sem pestanejar sai da estrada . Logo à frente perguntei a duas pessoas e descobri que era só o nome ,não tinha mirante merda nenhuma. Cheguei Macaé e procurei o mercado do peixe, para ver se achava alguém para me levar mergulhar num pequeno arquipélago que fica em frente, mas nada e também não era dia pra mergulho pois ainda estava nublado. O mercado apesar de pequeno, tem uma grande variedade de frutos do mar. Segui sempre procurando vias a beira do oceano ,e acabei numa estrada de terra .Para me orientar vi um pastor levando Ovinos( que põe ovos) e caprinos .Pergunta idiota da Anta: amigão pra onde vai essa estrada? Resposta do cara: pra onde você quiser. Pensei em ficar bravo, mas acabei rindo da minha pergunta .Depois ele explicou que era muito ruim ,e seria melhor pegar RJ 128 e ir direto a Carapebus . No caminho vi uma placa Fazenda de Criação de Avestruz ,nem pensei, entrei ,bati um papo com o gerente, e ele falou que havia vendido tudo e sobraram apenas algumas. Pedi para ver e ele gentilmente me levou ao local .Interessante, elas comem ração de cavalo,e o o cercado é de mourões com troncos em X, e um barranco que elas subiriam na maior facilidade,mas não passam pelo X e não sobem no barranco. Agora entendi quando me falam o que eu tenho cérebro de avestruz. Atingi Ubá,e naveguei pelo local, mas é muito pequena e entrei numa estrada de terra para chegar a Carapebus. Me perdi, era um descampado pra todo lado,com estrada cruzando estrada, e a anta descobriu que a Rosinha, a Falcon, funcionava a base de gasolina. Estava num estradão beleza, quase asfalto,mas nada vi no horizonte e fiquei com receio( macho não tem medo), de parar naquelas longitudes. Dei meia volta e segui em frente até chegar na RJ 178, que é linda ,com animais pássaros, bovinos, caprinos , etc. A essa altura estava sem capacete, um calor danado ,sem a calça de couro, estava de jeans, e jaqueta aberta .Só quem anda de moto entende esse sentimento de liberdade que ela pode nos dar. Na entrada de Quissamã parei no pórtico, para perguntar sobre a cidade a um cara sentado ao longe numa casinha e fui falar com ele .Falou que era o responsável pelo pelo local, fiz algumas perguntas e descobri que estava falando com uma anta. Sozinho descobri o caminho para a praia de João Francisco, que fica no Parque Nacional da restinga de Jurubatuba. O caminho pra lá é divino, com muitos descampados, lagos profundos, muitas lagoas,garças ,marrecas ,narcejas,etc. Coisa linda e eu me locomovendo a 40 por hora. Nâo havia como viajar mais rápido de tanta coisa para ver ,e as meninas dos olhos estavam gordas de tanta formosura. Por três vezes fui surpreendido com carro do me ultrpassando na pista de mão dupla ,de tão desligado que eu estava. Parei para tomar uma cerveja,num boteco, e acabei conversando bastante com os locais que me ensinaram como chegar na reserva. Quando falei que iria depois de Barra do Furado, pediram para eu passar no bar do Mamâo, e levar um abraço a dona Rosângela, que a mãe da dona do bar onde estávamos pingaiada unida. . Me alertaram que ela perigoso sozinho ir até a reserva. Pensei comigo ,nem morta . Vim até aqui, e vou conhecer esse parque. Quase tombei no areal, mas a Falcon me safou. Se caisse ali seria danado, pois não havia uma alma viva em muitos quilômetros. Muitas trilhas e nenhuma placa .Por precaução fiz um trajeto que poderia retornar facilmente ,Surgiu uma vegetação característica de árvores de porte médio e rústicas, animais poucos, por horário quente, mas as lagoas e os alagados, tudo isso, com o mar entre eles é muito bonito, e de um silêncio adorável. Retornei com atenção para não me perder. Valeu mesmo o passeio. Achei dona Rosângela no bar do Mamão, tomei uma cerveja, e vi um vira-lata num canto do bar dormindo tranquilamente .Tirei uma foto e dona Ro, me contou a história do Salsicha. Chegou ali baleado, cambaleante ,morto de fome, maltratado. Mamão deu um belo trato no bichinho, e logo estava saltitante. l O antigo dono ,filho da puta, que batia nele e o maltratava, apareceu no local para tomar uma pinga. Salsicha virou fera, e queria porque queria atacar o cara. Deveriam ter deixado estou contigo Salsa Conversamos tanto que esqueci de pagar a cerveja, mas ainda bem que lembrei e voltei, pedi desculpas e paguei .É o instinto de caloteiro...eheheh. Vi uma cena interessante um vaqueiro de bike ,tocando gado pela estrada com o seu chicote .Tive que rir. Cheguei ao farol de São Tomé, descrito de Campos. Pedir informação a dois rapazes, e ele gentilmente me levaram até a pousada São Tomé .Adivinha quem era o dono? O Luisão da pousada ,assim não dá é o terceiro Luisão nessa viagem. Tomei banho subi na Rosinha e vaguei pelo local. Comprei frutas e suco para o meu jantar. Resolvi correr e malhar,pois pra enfrentar um dia todo em cima de uma moto ,você tem que estar bem fisicamente, senão termina o dia todo dolorido. Avenida da praia, bonita com calçadão todo coberto por pinheiros e vc corre kms na sombra.Senti uma fisgada na na panturrilha e tive que diminuir o ritmo, mas gostei da brisa e do visual. A praia é de tombo, pra variar, e a cor barrenta por causa da foz do rio Paraíba do Sul que chega em Atafona bem poluído. A pousada é boa, de frente para a praia, e o local vale pelo sossego. Terminei o dia como gosto, sentado na areia e vendo o entardecer. Haverá um forró aqui hoje,mas não terei saco pra irpois eu gosto de levantar cedo .Pretendo ver o alvorecer da sacada. Parece que é meu amigo lá do alto, está me dando uma força danada hoje, até agora nada de chuva .Amei. I LOVE THIS GAME NAMASTÊ O LOBO SOLITÁRIO