Mensagem de final de ano (2020)

Chegamos ao final de um ano atípico, tenebroso, com a fé intacta e a chama do sonho ainda mais acesa para enfrentarmos os grandes obstáculos que se anunciam no ano vindouro.

Acreditamos que o sonho pode tornar o impossível em realidade: a verdadeira coragem de Cora Coralina é ir atrás de seus sonhos, mesmo quando todos dizem que ele é impossível.

O sonho é tão valioso que Fernando Pessoa mede um homem exclusivamente pelo tamanho de seu sonho. Embora Fernando Pessoa nunca tenha sido um poeta. Ele sempre foi um sonhador compulsivo.

Percebemos que, por mais compreensivo que seja, Raul Seixas não consegue entender tanta gente aceitando a mentira, de que os sonhos desfazem aquilo que o padre falou.

Reconhecemos que é muito difícil viver sem liberdade, mas é impossível, como bem sabe o mestre Paulo Freire, viver sem sonhos. Na mesma linha, Edmond Rostand não sabe o que é a vida sem um sonho. Já Paulo Coelho testemunha que o mundo está nas mãos daqueles que têm a coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos.

Segundo o professor Augusto Cury, sem sonhos, a vida não tem brilho. É um rio sem nascente, uma praia sem ondas, uma manhã sem orvalho, uma flor sem perfume. Sonhos são projetos de vida. Sonhos são como o vento: você os sente, mas não sabe de onde eles vieram nem para onde vão.

Para o poeta Mário Quintana, uma vida não basta ser vivida. Ela precisa ser sonhada. O mundo do sonho de Quintana é silencioso como o mundo submarino. Por isso, faz-lhe bem sonhar. Neste mesmo sentido, Cecília Meireles mora no seu sonho; como o peixe, no mar.

Na visão do escritor Machado de Assis, a realidade é o luto do mundo; o sonho é a gala. Enfim, o sonho é uma festa do espírito. Mesmo porque, consoante Shakespeare, nós somos formados do tecido de que são feitos os sonhos.

O romancista Ariano Suassuna possui duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. Ou seja, o sonho transcende a própria morte. Desse modo, o escritor Rubem Alves decreta que "quem é rico em sonhos não envelhece nunca. Pode até ser que morra de repente. Mas morrerá em pleno voo..."

Por fim, nos atrevemos a discordar do grande filósofo da MPB, Belchior: viver é muito bom, mas viver não é melhor que sonhar...

Desejamos a todos um natal de paz e um ano novo venturoso. Que em 2021 os nossos sonhos se concretizem, e que, como bem aconselha Gonzaguinha, nunca deixemos de sonhar...

Josemar Alves Soares
Enviado por Josemar Alves Soares em 17/12/2020
Reeditado em 17/12/2020
Código do texto: T7137820
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