Depois

A gente vai deixando de fazer tanta coisa, de amar tantas pessoas. Vai deixando tudo pra depois.

Depois eu faço, depois eu falo, depois. E nesse depois, vão formando arrependimentos, lacunas que nada preenche. Mas logo isso muda, e no lugar do depois, vem: DEVIA TER FEITO ANTES.

Possuímos o relógio, mas não o tempo. Esse é livre, passageiro e único.

Visitas que nunca fizemos. Mensagens que nunca enviamos ou, não respondemos. O curso que não fizemos. Aquele cachorro que nos fez sorrir no pet shop, mas que não levamos pra casa, ou a planta que todo dia dizemos que vamos comprar. Aquela dor chata que nunca fomos tratar.

Aquele me perdoe, que nunca pediu alguém, ou aquele, eu te perdoou. Pois é, o depois te rouba. Rouba a vida no agora, o sorrir agora, o fazer sorrir agora.

Chegamos sem cumprimentar. Saímos sem nos despedir. A pressa, o tô nem aí...

Logo menos, seremos apenas uma lembrança na vida das pessoas ou nem isso, se não formos realmente capazes de viver pelas pessoas e para as pessoas.

Silvana Rodrigues
Enviado por Silvana Rodrigues em 25/03/2021
Reeditado em 05/11/2021
Código do texto: T7215985
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