A vendedora de ilusões

A moça, que fazia amor sob a luz dos sonhos de outros, rendada de brilho da lua, tinha uma lágrima na alma, segredada na luta de cada noite.

Era uma Magdalena qualquer.

Vestia-se de carmim.

Rescostava-se no batente da porta de madeira carcomida, e esperava por um novo amor, a cada nova noite.

Doava-se, esperando por algum trocado.

Alugava seus beijos e seus abraços para homens deslumbrados pelo feitiço da bebida ardente.

Mas os anos roubaram-lhe os encantos.

Nem mesmo o batom vivo e as roupas sensuais traziam-lhe presentes.

Um dia o céu tomou-lhe a alma.

E ela, envergada de humilde vergonha, ajoelhada diante de seu Criador, arrepende-se.

Mas, seu " Pai", amável que era, beijou-lhe ternamente sua fronte, levantou-a em seguida e a conduziu de volta ao lar dos anjos.

Porque, nem mesmo quem vende amor, deixará de ser perdoada por Quem ama mais sua alma do que seus pecados.

Sandro R C Costa

Sandro Costa
Enviado por Sandro Costa em 17/03/2022
Código do texto: T7474465
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