SOBRE NÃO JULGAR

Hoje o nosso assunto é sobre julgamentos. Não sobre Justiça, que fique bem claro. Quero falar sobre os julgamentos no tribunal das redes sociais, os julgamentos públicos de pessoas.

Parece que o objetivo das redes sociais era aproximar as pessoas. Gerar uma rede de apoio, de afeto, de harmonia entre todas as tribos.

Mas o que estamos vendo é outra coisa: virou terra sem lei, virou o velho oeste das reputações. Território onde todos são juízes e aplicam sentenças sobre tudo: sobre o que as pessoas devem vestir, o que devem falar, o que devem pensar, o que devem fazer entre quatro paredes, em quem devem acreditar, de que forma rezar, enfim, virou uma santa inquisição, com uma fogueira bem grande, que não para de queimar gente.

Muita gente citando a Bíblia para atacar a fé, a moral, a integridade, o corpo das pessoas. Mas ninguém gosta de seguir aquela parte que fala: não julgueis para não ser julgado. Essa parte ninguém gosta né?

Como a vida seria melhor com cada um cuidando da própria vida, zelando pelos próprios ideais, não querendo decidir o estilo de vida dos outros!

O anonimato das redes sociais encoraja o covarde a ser valentão, o vazio a ser o guru, o sórdido a sair do esgoto e reinar na superfície.

Infelizmente, esse julgamento, esse tribunal virtual não fica só na internet. Ele sai às ruas, ele dá legitimidade a agressões, a opressões, a crimes. Ele machuca, ele tortura, ele mutila, ele mata!

Muito cuidado ao apontar o dedo, muito cuidado ao apontar o enter.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 27/03/2022
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