Vamos prosear um pouco tomando um café? 

Terminei meu livro, mandei para a editora ontem. 

É  um fim ? Ledo engano! Tanta coisas para fazer daqui por diante que eu esqueço até o que escrevi. 

Nem sei como fui me meter nisto passando por um momento tão sensível da vida.

Vamos, se sirva de um café, pode sentar, não vou me demorar! 

Como Florbela, Pessoa ou Neruda se sentiam quando terminavam um livro? Sei que para Virgínia era muito difícil. E Huberto Eco disse uma vez, que o autor deveria morrer ao findar um livro. Vivo, ele nunca terminaria.  E então Garcia Marquez nos presenteia, como leitores, aquele final no livro Amor no tempo do cólera. Foi um presente, não foi ? 

Toma mais um gole, o café ainda está quente. 

Não sei bem dizer o que estou sentindo mas está longe de finitude. 

Sou do tipo de pessoa que tento ver o lado bom das coisas. Muitas vezes confudida com uma alienada. 

Sei que tem várias formas de guerra lá fora.  Que a maldade existe, que crianças  e idosos sofrem. 

Porem tento trabalhar a compaixao e o altruismo e mim. Sigo a maxima que o corpo humano nao foi criado para o mal. O mal perece cedo mesmo ele sendo constante e tão potente hoje em dia. 

Então falo de flores...florir é  melhor que sujar as mãos de sangue. 

Seu café acabou ? Quer mais uma xícara? Sinta-se a vontade. 

Falei demais, não é? Acho que acabei fazendo um monólogo. Sou assim intensa... mas frágil.

Vem um novo livro, um novo ciclo.Muito trabalho está surgindo.

E ainda fui inventar de fazer haikai tradicional. Ah, gente, é  crítica todo dia, palpites, um faz assim, faz assado... tá errado ! 

E continuo por aqui... ihhh, meu café acabou, vou lá buscar outra xícara mas sem antes dizer: veja o lado bom da vida, você não vai se arrepender. Na maior adversidade eu encontrei o que ha de melhor em mim. 

Mas... vamos tomar mais café? 

Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 23/11/2023
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