Recordando

Hoje me deparei com uma situação que eu vivi alguns anos atrás. Depois de um longo período sem estudar, voltei a escola, meus filhos já eram adolescentes , cheguei na sala de aula meio sem jeito, tipo o que é que eu estou fazendo aqui. Posso afirmar que a acolhida de uma professora não foi das melhores, queria ir embora fugir dali, mas tinha até vergonha de levantar da cadeira. Mesmo assim continuei, no dia seguinte, entrou uma professora (minha querida Sônia Damásio), sorridente, disse: Olá, temos uma nova aluna, e ela fez nascer em mim uma enorme vontade de ficar, estava no 3º ano magistério. Na primeira semana de aula, Sônia chegou com a notícia que precisaria de uma estagiária para dar aula numa 4ª série no turno da manhã, ninguém se manifestou, ela olhou prá mim e disse: vai você, eu retruquei, impossível estou voltando a estudar agora, por fim ela me convenceu. No dia seguinte estava eu lá, tremendo, insegura, mas sabendo que tinha de dar conta do recado. Eu tinha preparado à aula, mas...na hora H um aluno estava com um livro aberto, e tinha o poema da Cecília Meireles, O Último andar, não pensei duas vezes, li o poema para os alunos, e daquele poema, consegui trabalhar diversas questões com os alunos, e a partir de então não parei mais.

Hoje quando fui ao site, estava decidida fechar a conta, fiz o login e tive a curiosidade de ver se tinha comentários. Parei e, comecei a ler com carinho, prestando bastante atenção em cada comentário, desistindo assim do meu objetivo (fechar a conta), relembrei a minha querida professora.

Refleti e cheguei a conclusão que estava tendo um ato de coragem, que eu estava me permitindo algo que me dava prazer, que eu não podia mais continuar abrindo mão das coisas que me fazem bem, na verdade sempre abri mão do que eu desejava para evitar conflitos em casa. Sempre gostei de escrever, a leitura então sempre fez parte da minha vida desde a infância. Só que eu escrevia depois rasgava, muitas vezes ao deitar tinha inspiração, mas não podia levantar, no dia seguinte a inspiração ia embora e eu não conseguia mais coordenar as idéias

Casei muito cedo e tinha um marido muito ciumento, tinha medo que ele visse o que eu escrevia, até que um dia desisti definitivamente de escrever, me senti mutilada, com o passar dos anos fui refletindo o que eu tinha feito comigo, com a minha vida, não que eu tivesse a pretensão de ser escritora , mas gostava de passar para o papel os meus sentimentos.

Outro dia teclando com um amigo (Juan poeta) e ele dizia Van escreva, escreva prá você e por você e isso não saia da minha cabeça, muitas vezes sentei em frente ao pc e não conseguia nada, foi quando percebi que estava completamente bloqueada, a sensação de estar seca, sem sentimentos, sem capacidade de produzir algo, até que criei coragem e arrisquei uns rabiscos. E hoje vcs fizeram nascer em mim uma enorme vontade de ficar muito obrigada.

Beijos do meu para o seu coração

Valeu!

rozilene Pereira, Puetalóide, Gustavo Gollo, Josea de Paula, Heloisa Helena Vilela Costa, Moacir Silva Papacosta, Marlene Vieira Aragão, Cida Fatima, Somero