Recordar

«Tenho de te agradecer, como as palavras são tão doces no momento em que adejam hoje para a tela do computador. Foste tu, Enferma da Razão e do Anonimato, quem me contaminou com os termos do escrito; foste tu a pessoa que partilhou comigo a lanterna que me ilumina neste instante a direção. Como foi possível, tanto tempo adormecido como a Perfeita Vênus, renascer de um leito de tecido irreverente e perverso, gatuno e inoportuno, insurgente, esforçar-se por achar os propósitos de uma vida aparentemente desprovida de significação. Encontrei, foste tu, vendada da face, mas não da Identidade, conheces a pessoa que és, não te avocas! Será o nosso sigilo... Compartilha comigo o fruto do teu saber, dá-me a beber desse Saber que muito invejo, mostra-me a Luz e instiga o Vento, eu era um barco sem Velas que viajava ao sabor da Corrente, construíste-me uma vela e hoje sou solta... Neste instante falo-o, olho-te com admiração, mulher. Não, agora terminaram-se os vocábulos, como descrever esta turbulência que neste instante aporta, será o tal? Ainda não, as palavras são as falácias do pensamento, com as suas anfibologias sutis. Desejo, a companhia de que careço, a amizade da mestre dos vocábulos que muito me sugerem. As nossas palavras são a quentura que tanto o corpo necessita, e como ele é ávido de sentimento.

Encantas-me, Mágica, não deixes de me encantar...»

Tatiane Gorska
Enviado por Tatiane Gorska em 25/01/2010
Reeditado em 25/01/2010
Código do texto: T2049706
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