Confesso que vivi...

A plenitude de minha alma

Mostra uma paz guerreira

A cobrar um testemunho

Que historie os passos dados

Rebobinando o que registro...

Nas lembranças do passado

E que o faça em versos

Então sem mais ou menos

Assim o coração silente confessa

Lento... Inerte ou apressado

Sem esconder percalços

Mas... Porém... Todavia

Sinto minhas pernas travadas

E o corpo duro e alquebrado

Num profundo cansaço

Com a mente no espaço

Na pele seca a poeira impregnada

Nas feridas que ganhei pela estrada

Ah! Quanto caminhei nessa jornada

Passei e escalei montanhas íngremes

Deitei na relva e descansei

Nadei em lagos e rios profundos

Velejei em mares violentos

E bebi da lama e filtrei a água

Adormeci em gélidos desertos

Aconcheguei-me em colos macios

E levei nas costas a cruz do calvário

Ressuscitei um milhão de vezes

Da solidão e humilhação impostas

Mas nunca perdi a esperança

Ou joguei no outro a culpa

Absorvi e perdoei meus pecados

E amei... Amei sem medidas

Não tivesse no coração o amor

Não teria vencido as tempestades

Muito menos compartilharia o sorriso

Por tudo isto as palavras estão soltas

E as solto no vôo das letras inquietas

Mas ainda não sei os meus limites

Só sei que vivi com paixão e intensidade

Com a humildade de ser um aprendiz

Que gosta de somar e multiplicar amizades

Dividindo contigo o que apreendi da vida

Sem temer a morte que se aproxima

Com seus tentáculos...

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 21/02/2010
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