Aquarela- Lisy Telles
Sol que aquece a alma
Era um domingo vazio: sem sol, chuva ou vento. Domingo em que o sol teimava em não aquecer nem as mãos, nem a alma de quem espera. Como diz Fernando Pessoa: “Sol nulo dos dias vãos, cheio de lida e de calma, aquece ao menos as mãos a quem não entras na alma!"
Alguém me chama ao portão.
Das mãos de uma amiga recebo um vaso de flores. Era o sol que eu esperava e que chegava disfarçado em alfazema e carinho; se não aquecia minhas mãos, “de suave calor brando”, aquecia meu coração de suave gratidão.
Obrigada amiga, que muitas vezes é sol que aquece a alma.