NOSSOS VELHOS TEMPOS

Meu caro amigo,

Ah! Como me lembro bem dos tempos das "brincadeiras",

quando o vinil chiava com a agulha do "Sonata"*! (amplificador)

Improvisada a garagem, colocavam-se as cadeiras

e as menininhas, sentadas, curtiam o "pata-pata".

Os guris, todos "de cara", chegavam bem de mansinho,

mas aos poucos escolhiam a gata magrinha e certa.

Naquele amasso gostoso, às vezes só no pulinho,

iam chegando pro canto e a gata estava coberta!

Alguns, como nós, mais altos, o rela-rela era feio,

tinha pau meio sem jeito, ia lascando a barriga,

outros, ajeitadinhos, acertavam coxa-a-meio;

no fim tudo dava certo, quando não rolava briga.

Tinha algum que era chegado a tomar forte "meleio",

mas esses, as castas meninas já jogavam pra escanteio.

Se vinha guria nova, daquelas bem gostosinhas,

todo mundo dava em cima, já iam contando história,

queriam "rasgar orelha", queriam levar pro Glória*!(cinema da época)

E algumas, das que cantei, viraram namoradinha!

Foram passando os anos, fomos deixando pra trás

o vinil, o som valvulado,

brincadeiras nos quintais,

pescarias de linguado,

o lanchinho engordurado

que as "velhas" não fazem mais!

É, caro amigo,

Naquele tempo de ouro, comias cada cabrocha!!!

Hoje, convenhamos, já estás careca e broxa!

Um abraço do velho amigo

Chaplin
Enviado por Chaplin em 25/06/2009
Reeditado em 25/06/2009
Código do texto: T1666903