Ah, meu amigo, você me conhece!?

É meu amigo, há, sim, algo em mim de Hilda,
ou de Hilda em mim, como queira, hoje, em especial.
Nunca me senti tão só neste meu vasto mundo
e eu, nem Raimundo tenho para ligar,
tão pouco cães para ladrar...

Estive tão perto de você, ainda agora.
Agora já longe, muito além de aonde quero estar,
muito além de onde eu mesma possa me suportar.
Odiar? Nunca!
O ódio nunca foi meu companheiro, nem meu inimigo.
Nem sei se nessa vida amigo tive.
Eu mesma me ando vagando, e
me percorrendo não encontro,
pelos corredores, portas que se abram sozinhas.
Todas têm chaves, chaves invisíveis,
chaves imperceptíveis, sutis, que não se dão ao brilho,
à percepção dos meus olhos nus.
Anjos?
Se me acompanharam foram sempre mudos,
pergunta alguma, jamais, me responderam.

Esperei, por um breve instante,
que tudo se desfizesse e, ao estar perto e longe,
surgisse uma acolhedora e repousante chamada,
uma acolhida que eu me encontrasse, mesmo
que por ínfimos segundos...
Mulher? Menina?
Não, não sou, nem plena, só vazia e sem poesia.
Agora, sigo cansada de mim mesma,
Desfazendo-me de mim,
dos anjos e dos demônios que me atormentam.


Ao meu grande amigo, que é mais que Auguste e Gustav, é real.
Divina Reis Jatobá
Enviado por Divina Reis Jatobá em 07/11/2006
Reeditado em 07/07/2008
Código do texto: T284165
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