AMIGOS E COMPANHEIROS
E la ia aquele velinho morro acima.
Ia cansado, de passos curtos e ajudado por aquele cajado já meio roto e com a ponta já começando a rachar.
E ele embora cansado e tendo hora para chegar ao cimo do mor-ro ia de rosto feliz.
Tinha cumprido sua missão. A uns trouxera felicidades, a outros tristezas e aborrecimentos e para alguns, a vida e, para outros, a morte.
Era sua missão.
No começo, quando ainda criancinha, garoto ou jovem estranhara suas obrigações. A final todos deveriam ser felizes.
Depois foi compreendendo melhor tudo à sua volta, já era homem feito, estava na idade do lobo, na metade de sua vida.
Agora, na caminhada final, naqueles últimos onze quilômetros de serra acima e prestes a completar seus 365 anos de vida, via tudo com outros olhos.
Tudo tem de começar e acabar. A felicidade, a alegria ou a tristeza não podem ser para todos, tudo ficaria muito insípido.
A vida era assim mesmo.
E ele continuou subindo aquela rampa grande e íngreme, sabendo o que lhe esperava lá no cimo.
As vezes respirava mais fundo, era o peso dos anos vividos, mas jamais pausava em sua caminhada.
Tinha um compromisso.
La no começo, bem la traz, aquele garotinho já estava à beira da porta de entrada e seu lugar precisaria estar livre.
E é assim companheiros e amigos, conhecidos ou nunca vistos, para que uns cheguem outros precisam sair!
Para vocês que andaram comigo por toda essa caminhada e es-perando ser acompanhado nessa que se inicia, só posso lhes desejar um muito FELIZ ANO que se aproxima cheio de paz, muitas felicidades e compreensão!
É O QUE TODA A HUMANIDADE ESPERA DE NÓS.