QUANDO OS CORAÇÕES SE UNEM (M/D)

Disse Jesus:

“O reino dos céus está dentro de vós mesmos”.

É, pois, o mundo desconhecido da consciência, o céu ou o inferno, dependendo do que fizermos da vida.

Ultimamente ando cutucando sobremaneira a minha consciência, e, como num jogo, numa brincadeira de pular “amarelinha”, hora estou com um pé no céu, hora com um pé no inferno, e muitas vezes com os pés em cada “casa”!

A consciência que é a cidade mística de Deus dentro de cada um de nós, está um caos dentro de mim. Encontra-se deveras fragmentada, necessitando de arremedo, pois, estou vivendo uma época de novos conceitos da realidade e tento me acostumar com o que “deve ser”, sem criar fantasias para o meu próprio caminho.

É bem verdade que já estou conseguindo entender que o “comboio de Deus” passa de vez em quando nas estações de todos os mundos habitados, e por meio de sinais diversos vem nos alertando sobra as nossas obrigações, mantendo-nos acordados em plena vivência de suas leis. E um desses sinais é o surgimento da “encantada” Dinorah, que vem abrandar o meu ser, fazendo a união dos nossos corações que é a fonte mais fecunda de nossas felicidades “!”.

Deitei-me!...

Acordei com ela em pé do lado da minha cama!...

Aonde você quer me levar, perguntei?

Até aonde você agüentar, disse-me ela!

Estirou a mão, tocando as pontas dos meus dedos, e fomos...

Fomos transportados para uma dimensão singular;

Um castelo acredito! Pois não tive visão da parte externa do prédio.

Atravessamos um enorme salão,... Meio que flutuando,... E fomos parar na porta dum quarto. Lá, me vi em desdobro. Deitado numa enorme cama alvíssima, ela fazia “amor” comigo. Não era um ato sexual tradicional, era uma troca de energia, uma coisa intensa, mas suave, um renascimento. Quando ela acabou, me conduziu pelo palacete. Eu era um outro ser, igual a ela.

O seu poder de encantamento era fenomenal. As coisas se materializavam com a sua presença, cômodos e jardins surgiram, e por eles fomos passeando.

Num outro momento ela veio e disse-me: vou lhe mostrar os seus pais! Dito isto, esticou o seu braço, pegou na minha mão e fomos transportados para uma grande casa no meio de uma floresta. Quando surgimos na porta do “terreiro” - um barracão de chão batido e coberto de palhas -, desceu do teto dois seres representando Senhor Ogum e a mamãe Iansã, que vieram dançando de forma espiralada. Pegou-me pelos braços, cada um de um lado, e com eles fui dançar. Era uma dança magnífica. Dançávamos separados e juntos, formando uma só pessoa com eles.

Como rainha de todos os espíritos que trabalham na atmosfera da Terra e derrama sobre nós todo o amor do universo, Dinorah, surgiu novamente, e a amplitude da sua grandeza foi me banhando, me afastando um pouco da ignorância que não me deixa enxergar a verdade e não permite a modificação do meu ser.

Ela trabalhou na sua mais profunda simplicidade, porque veio para ampliar a minha consciência, os meus conceitos, por meio de uma agradável surpresa!

Levou-me para um lugar magnífico! Era um cemitério; um cemitério um tanto quanto diferenciado, não tinha cruzes nem covas; o muro branco era de uma alvura impressionante, um lugar deveras radiante, cheio de árvores pequenas.

Começamos a andar, percorrendo um tipo de labirinto, mas não estávamos perdidos, aqui e acolá, ela parava e cuidava das flores e das plantinhas. Era muito familiarizada com o lugar e demonstrava um grande carinho com tudo, tocava nas coisas com grande afeto.

Sempre do seu lado, sem pronunciar palavras, a tudo observava. Num determinado túmulo ela se deteve um pouco mais limpando as plantinhas, e das paredes começaram a sair grãos de areia formando uma pequena nuvem que foi se intensificando e deu origem a um novo ser. Sem nenhum trauma, acompanhei todo aquele processo, vi surgir da nuvem de poeira um homem forte e alto, de cor ocre, assim como ela. Trajava simplesmente um calção de couro marrom, em formato de “V” e ornado com uma grande fivela de metal, como se fosse um escudo que protegia o seu pleixo genésico, e na sua mão direita uma larga e grande espada dourada. Concluído o processo de materialização (sic...), voltamos a circular pelas ruas da cidade “encantada” e em cada canto onde parávamos, coisas aconteciam.

Ela se deteve na frente de uma casinha branca e quando mexeu nas plantas, eu fui transportado para um lugar bem longe dali, uma rua larga e movimentada. Vi-me andando na calçada, do lado esquerdo da avenida, como verdadeiro urbano. Caminhava fazendo uso do celular. Passou por mim naquele instante, um senhor todo apressado. Era manquitola e corcunda, quase que deformado. Tinha um jeitão todo curvado, com braços enormes, andava se jogando de um lado para o outro e tinha o ar de sacarmos. Bem não tinha passado por mim, resolveu voltar e me atacar. Não era um ataque feroz! Era um tipo de agarra-agarra. Eu me debati, o empurrei e nada. Ele continuava a se agarrar ao meu corpo. Quando ele deu o bote final, ficando de costas para mim com o seu corpanzil colado ao meu e enfiando as mãos nos meus bolsos, dei-lhe um tremendo ponta-pé. Nesse momento o transe cessou, a minha esposa se agitou e me acordou. O ponta-pé que eu o havia aplicado, fora com tanta violência que arrancara todas as cobertas da nossa cama.

Acho que consegui compreender as mensagens da Senhora Dinorah. Ela simplesmente veio me mostrar o amor de Deus e a bondade de seu magnânimo coração, trazendo esperança e computando valores imortais na grande escrita da vivencia, no sentido de acordar as almas para a luz da vida.

Mostrou-me que não somos o que pensamos que somos, e sim, somos o que somos. O Sol Espiritual, assim como o Nosso Senhor, o Cristo Jesus, que nos alimenta na extensão do seu amor, sem esquecer, uma vírgula na escrita dos nossos deveres e das nossas necessidades.

A Dinorah me mostrou que só estamos presos na ilusão criada por nos mesmos e que devemos nos regenerar, pois tudo é parte do mesmo contexto!

"Quem se apaixona por si mesmo não tem rivais"!

RAYSAN DE SOUZA
Enviado por RAYSAN DE SOUZA em 25/06/2007
Reeditado em 04/03/2008
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