SEMEANDO COM AMOR

Logo cedo pela manhã, levantou-se o homem

e saiu pelo roçado, em passos medidos, exatos,

a botina rangendo à medida que avançava...

Sentiu o cheiro molhado da terra

e seu coração se encheu de ternura

pelas lembranças de sua infância entre arrozais, milharais, feijões e cafés...

Nas linhas de canteiros afofados,

foi abrindo os berços e depositando as sementes...

Uma a uma, a terra as acolhia avidamente...

O semeador sentiu que plantava com amor

e que a colheita poderia ser farta...

Alforje vazio, voltou para casa...

Seu coração, novamente se aqueceu

ao contemplar a figura esguia de sua companheira,

lidando com as panelas no fogão à lenha...

- Plantar com amor, colher com fartura... - foi o que pensou ao passar pela cozinha e sentir o cheiro do feijão que ele mesmo plantara e colhera... O cheiro do alho refogado inundava a casa.

Mais um dia na seara da vida, semeando com amor...

O sol novamente se escondia por entre as nuvens de chuva...

- As sementes vão agradecer o carinho das gotas que as fertilizarão... - pensou finalmente, enquanto tirava as botinas e limpava o suor do rosto moreno...

Ah! semear na vida, com amor...

José de Castro
Enviado por José de Castro em 01/06/2008
Reeditado em 01/06/2008
Código do texto: T1014985
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