ESPELHO DA VIDA

Tonico deu um até amanhã para o patrão, pegou sua bicicleta e rumou para casa mesmo sob forte chuva. No meio do caminho, avistou um carro parado no acostamento da estrada com um pneu furado e percebeu que a motorista, uma senhora de certa idade, precisava de ajuda. Parou sua bicicleta e se aproximou do veículo. Era um carrão importado, último modelo, cheirava a novinho. Mas a dona do automóvel achou que ia ser assaltada por um bandido. Tonico era negro, magro, de aspecto pobre. Notando que a senhora estava trêmula, foi logo dizendo: Estou aqui para lhe ajudar e não para roubar, meu nome é Antônio, mas todos me conhecem por Tonico, não se preocupe e fique calma madame, porque eu sou de paz. Tonico trocou o pneu, ficou um tanto sujo, molhado e ainda feriu uma das mãos. Enquanto dava o último re-aperto nas porcas da roda, a senhora baixou o vidro e mais tranqüila, começou a conversar com o rapaz. Contou que não era dali, que estava apenas de passagem por aquelas bandas e não sabia como agradecê-lo pela valiosa ajuda. Tonico apenas sorriu enquanto se levantava. Quanto lhe devo, disse ela. Já tinha imaginado as terríveis coisas que poderiam ter acontecido se Tonico não tivesse aparecido e ajudado. Mas o moço não pensava em dinheiro, apenas tinha imenso prazer em ajudar as pessoas, este era seu modo de ser e respondeu: “Minha prezada senhora, se realmente quiser me pagar, quando encontrar alguém que precisar de ajuda, dê um auxílio e lembre-se de mim”... Alguns quilômetros adiante, a senhora parou num restaurante simples. Uma garçonete veio até ela, trazendo-lhe uma toalha limpa para que secasse os cabelos molhados e lhe dirigiu um doce e meigo sorriso. A senhora notou que a moça estava com quase oito meses de gravidez, mas não deixou que o estado que se encontrava, mudasse seu simpático modo de atender as pessoas. A senhora ficou admirando em saber, como alguém que tinha tão pouco, podia tratar tão bem a um estranho. Nesse momento ela se lembrou do Tonico. Depois que terminou sua refeição e enquanto a garçonete buscava seu troco, a senhora saiu discretamente. Quando a garçonete voltou, ficou intrigada com o desaparecimento da mesma, mas notou algo escrito no guardanapo, sob o qual, havia quatro notas de cem reais...Correram lágrimas em seus olhos, quando leu o que estava escrito. Dizia: Você não me deve nada, eu já tenho o bastante. Alguém me ajudou hoje e da mesma forma estou lhe ajudando. Se realmente quiser me reembolsar um dia, não deixe este círculo terminar com você, ajude alguém... Naquela noite, quando voltou para casa, estava muito cansada e deitou-se na cama ao lado do marido que já estava adormecido. Ficou pensando no dinheiro e principalmente no que a senhora tinha escrito naquele guardanapo. Como aquela senhora adivinhou o quanto ela e o marido precisavam de dinheiro? Com o bebê que nasceria no próximo mês e as coisas estavam tão difíceis, ficou a pensar na benção que havia recebido, deu um grande sorriso, agradeceu aquela senhora, virou-se para o preocupado marido que dormia a seu lado, deu-lhe um beijo suave e murmurou:- Tudo ficará bem; como eu te amo... TONICO.

A vida é assim, um espelho, tudo que você transmite, para você volta.

Obs.: Eu divido as pessoas em dois grupos: As generosas que dão tudo e nada querem e as egoístas que tudo querem sem dar nada. Se você é do primeiro grupo, não deixe que esta historinha acabe em você. Ajude a quem precisa. Tenha um ótimo dia.

Aureo Marins
Enviado por Aureo Marins em 14/06/2008
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