Dia chegará em que o julgar dará lugar ao amar!
Em respeitável instituição religiosa:
- O Laércio é um desequilibrado; sujeito grosso, mal educado, mesquinho, verdadeiro casca grossa, o senhor pode escolher, ou ele, ou eu.
O dirigente ponderou no pedido e após um tempo deu seu parecer:
- Realmente tens razão, Laércio é pessoa complicada de se conviver, sou teu amigo e gostaria de continuar contando com teu concurso, sabes a dificuldade que temos para encontrar voluntários com senso de responsabilidade igual ao teu, pra mim seria muito mais fácil e conveniente optar por você, todavia, Laércio necessita dessa Casa, é companheiro com extremas dificuldades, não posso simplesmente descartá-lo em momento delicado de sua jornada.Tu estás preparado a seguires caminho em outros recantos se for de tua vontade, aqui terás sempre a porta aberta, Jesus te acompanhe.
No ambiente profissional, somos obrigados a guardar convivência com àqueles que não nos afinizamos, afinal, a luta pelo ganha pão diário nos impõe a situação.
No lar também não é diferente, por vezes pouca simpatia temos por familiares que nos acompanham mais estreitamente a jornada e obrigados somos a “suportá-los”.
O mesmo não ocorre quando nos propomos a realizar o trabalho voluntário, pensamos:
- Serei voluntário, porém, não sou obrigado a conviver com pessoas antipáticas, se cruzarem meu caminho, dou um tchau e vou-me embora!
Realmente, não somos obrigados a conviver com quem não temos simpatia, no entanto, convido o leitor a refletir em outro ponto da questão:
O cultivo da reflexão em torno do comportamento alheio, podemos, ao invés de nos irritar e intempestivamente decidir “abandonar o barco”, procurar compreender o que levou a pessoa a tomar determinada atitude.
Excursionemos intimamente:
Atravessa ela momentos complicados?
Esta necessitada de apoio?
Para tanto, deixemos de julgamentos impiedosos, comumente, a criatura de difícil trato traz em si um amargor que não agrada nem a ela mesma, têm poucos amigos, reclama em demasia da vida, se considera injustiçada e por ai afora...
Sua existência é sem brilho, sejamos pois, compreensivos, porquanto, também temos nossas neuroses e somos necessitados de igual compreensão.
A compreensão sempre cobra a renuncia, entretanto, seu sabor é inigualável, nos rende a vitória sobre o egoísmo que por vezes caracteriza nossa maneira de agir.
E de tanto exercitar, um dia tornaremo-nos craques na arte da boa convivência, deixaremos de suportar para verdadeiramente amar aqueles que nos cercam, e o julgar dará natural e simplesmente o lugar ao compreender!