Quando o Amor Acontece
 
Fátima Irene Pinto
 
Quando a gente ama milagres acontecem.
Nego-me a pensar nas muitas explicações que os cientistas descobriram que acontecem em nosso cérebro. Não quero pensar sobre as endorfinas ou serotoninas que o cérebro parece produzir quando a gente está amando e muito menos que este fenômeno tem a equivalência de poderosa droga.  Como soam-me frias estas explicações e como elas parecem apequenar a experiência do amor!
 
Quando a gente ama - e quem já amou sabe disto - a gente é realmente capaz de escalar o Everest pela pessoa amada, se isto puder fazê-la feliz! A gente se supera, se ultrapassa, chega onde jamais pensou chegar.
 
A gente se pega sorrindo à toa. As coisas mais simples que antes a gente nem via, agora a gente passa a ver, com lente de aumento e colorida.
 
Quando a gente ama a gente perde todo o ranço, fica doce feito mel, fica compassiva e tolerante com tudo e com todos. Há uma imensa boa vontade para fazer qualquer coisa, há um bom humor contagiante, há um sereno dar de ombros para coisas que antes nos aborreciam.
 
Naquilo que a gente já é boa, a gente consegue ficar ainda melhor e, naquilo que a gente não é tão boa assim, a gente busca aprimorar, melhorar e transformar.
 
Quando a gente ama o clima é de festa e de contentamento perenes.
Nada parece difícil, nada parece impossível.
Passamos a amar tudo que faz sentido para a pessoa amada, e investimos muito do nosso tempo aprendendo a conhecer este novo grande mundo que ela nos descortinou.
 
As comunicações telepáticas acontecem. Você pensa nele e o telefone toca.
Você tem a sensação de que ele a chama em horário não habitual e vai no msn.
Ele está lá torcendo para que você apareça, apesar do não combinado da hora.
 
Antes que ele lhe apresente a casa onde mora e as pessoas com quem convive, você já sonhou com elas por antecipação, e surpreende-se ao ver o quanto são semelhantes às de seu sonho.
 
Você resolve sair de casa de repente. É aquele dia que o cabelo está bonito, a pele está sedosa, a roupa caiu feito uma luva ... e pensa que seria uma maravilha se ele a visse naquela hora. Pasme! Ele precisou sair do serviço para uma emergência e então, estão incompreensivelmente face a face! Não é preciso que se diga uma palavra porque a cintilação do olhar vira uma labareda que fala por si mesma.
 
Bendito seja o Amor!
Até quando o amor termina ele continua contabilizando créditos.
É amando que a gente cresce e dá o nosso melhor ao mundo e a nós mesmos.
E é chorando os amores perdidos que a gente acumula tesouros inalienáveis feitos de perdão, brandura, sabedoria e maturidade.
 
Por favor amigos cientistas, aprofundem-se no assunto porque o amor é amplo...
muito mais amplo do que uma mísera química hormonal com a qual vocês tentam explicar o inexplicável.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fátima Irene Pinto
Enviado por Fátima Irene Pinto em 02/11/2008
Reeditado em 11/06/2009
Código do texto: T1261967
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