Lembrança de Tagore
Rabindranath Tagore
Vi duas mãos
E pensei que fossem árvores dadivosas
Ornando a paisagem...
As mãos
São alavancas
Para o serviço do bem...
Talvez,
Nada simbolize tão bem,
A Ação de Deus
Por intermédio de Seus Filhos.
Uma mão,
Aberta para o firmamento,
Bem que parece uma Flor de Beleza ocultada
Na capacidade de ser útil.
Mãos que se unem,
Mensagem de Amor que atrai,
Fortalece e traduz confiança...
Mão abertas,
Sublimidade da doação,
Que oferece a própria alma, no afã de amparar.
Mãos fechadas,
Força do Poder,
Que edifica para a Eternidade...
Mãos indicando,
Eis que se encontra o Caminho...
E também a Alegria...
Mãos postas,
Oração dos inocentes,
Que suplicam Paz e sonham com o Paraíso...
Mãos ao peito,
Grito de Compaixão,
Eclosão de remorso ou transporte de êxtase...
Estende tuas mãos,
E serve com Alegria alguém que sofre,
Sem Pão ou sem Fé.
Mobiliza tuas mãos,
E afaga o infeliz que vagueia
No resvaladouro da miséria.
Alma amiga,
Eleva tuas abençoadas mãos,
E olha por entre os dedos as radiosas Estrelas
Que também parecem mãos;
Elas foram feitas, igualmente,
Pelas Divinas Mãos de Nosso Senhor!...