Quanto tu fostes embora naquele dia, naquele ano...
Senti mesmo não sofrendo com tua partida;
Carregaste contigo um pouco de mim...
Abduziste um terço de meu querer!

Quando tu sumiste por meses a fio de meus olhos...
Confesso ter sentido tua falta, porém isso não me dominava
Não incomodava meu coração que pulsava calmo
Sentindo falta de um não sei o quê...
Que acreditava ter encontrado quando outros braços lançava-me,
Mas, não eras tu!

Dias, meses, anos se passaram...
Percorremos caminhos distintos sentindo falta de nos
Porém, isso não nos maltratava e nem nos entristecia
E quando pousávamos os olhos no horizonte...
Inconscientemente nos via!

Por um caminho escuro caminhava de olhos baixos
Então senti teu perfume... Mais não lhe via...
E tu vinhas sob meus passos devagarzinho.
Quando estava prestes a cair...
Sinais de tua presença cada vez mais perto.
Me fez querer descansar e então acreditei na tua chegada.

Foi em uma longa noite de insônias, medos e solidão
Que recebi a noticia de teu retornar...
E nesse momento compreendi que a falta que sentia de ti
Não era doída, nem sôfrega... Nem sufocante...
Não era absolutamente nada! E foi encantadoramente tudo!

Com o passar dos dias percebi tua voz mais próxima
Sentia o calor de teu corpo vindo pra mim...
E quando tremi na orientação do caminho a ti
Vi que tu voltavas com um pedacinho de mim.
Trazia na face um sorriso largo...
Braços aberto, chamando mi’alma...
E no repente me achei revigorada pelo teu sopro.
Amei-te na pureza que há em teus sonhos de TOLSTOI
Adormeci na estrondosa voz que me afogava em vida
E nos afagos sob minha nuca em teu peito pendida...

Ainda aguardo tua volta...
Tua chegada marcada para amanhãs...