QUANDO PARA O AMOR ACORDOU

Deitado sobre o sofá, naquela sala confortável e luxuosa, com tudo que o ser humano tem direito, mais com tudo isto Marcos não se sentia feliz, seu casamento com mais de 25 anos tinha chegado ao fim, vivendo o pesadelo sem ao mesmo entender.

Olhando para a casa materialmente perfeita, mais o essencial lhe faltava, a esposa e os filhos, em todos os cômodos , olhando repetidas vezes seria difícil acreditar, a falta da família constituída agora desfeita, mais o por que disto?

Por todo tempo, o silêncio permitia a voz de a consciência gritar o que ele nunca quis ouvir, ser ele o responsável pelo acontecido, sua esposa Mary tentou por muito tempo evitar mais não obteve sucesso, em tantas buscas para manter o casamento.

Naquela noite, as horas não passavam, o sono não chegava, apenas a fria solidão lhe acompanhava, num rápido cochilo parecia o filme de toda a sua história de amor, o primeiro encontro, o sacrifício para conquistar a sua amada, os passeios de trem, os banhos no mar, quantas flores no caminho a oferecer,hoje só restavam os espinhos que lhe machucam.

Numa eternidade se passavam os momentos, e tudo vinha a lembrança, quantas lágrimas arrancou daqueles lindos olhos, noites mal dormidas pela demora de chegar,mentiras diárias, vou trabalhar até mais tarde, preciso fazer troca de plantão, e muito outras coisas mais, pobre de Mary, só hoje entende o quanto sofreu.

Pensava agora Marcos, onde estão os meus amigos de diversão, dos quais seguiu os seus conselhos, quando diziam, aproveite a vida, homem que realmente é homem, não se limita apenas a uma mulher, sabe curtir e aproveitar.

Aquelas noitadas fora, gastando o que na realidade era da família, com pessoas sem o mínimo valor, achando ser a maior diversão se entregar a prazeres momentâneos ter nos braços o veneno que matava o seu casamento, o amargo que tirava o paladar do amor.

Enquanto Marcos nas boates dançava junto de outras mulheres, Mary chorava a dor da tristeza ao lado de seus filhinhos que chamavam pelo pai, ela sem saber dizer aonde ele estava, quantas foram as noites de pranto e traição, dias meses e anos, até que o coração não suportou.

No despertar de um sono chamado separação, agora Marcos via quanto engano, achava que o amor não existia, mais a ausência lhe mostrava que o amor ainda vive e a falta que Mary fazia, aquela mulher agora com alguns quilinhos a mais, já não era a mesma jovem de quando a conheceu, trazia os traços do sofrimento, as rugas da desilusão, mais mesmo assim reconhecia agora ser ela a bela e mulher da sua vida.

No despertar da manhã, o coração arrependido anseia por um recomeço, acreditando que todos os seu bens nada valeriam sem a essência do sentimento que é o amor, seu carro de preço e luxo, sua casa como um castelo, sua fortuna inútil seria, sem a presença de quem lhe ajudou a conquistar todos os seus bens.

Quebrantando-se deixando de lado o orgulho, agora dava espaço a uma nova fase da vida, o recomeço, voltar tudo ao início, ver como pela primeira vez o seu amor, ter em seus braços carregá-la em seu colo, dizer incansavelmente, eu te amo, trocarem olhares e sorrisos, pois amar é ver tudo em detalhes até algo mais simples da vida.

Quando acordou, Marcos agora deixava o pesadelo para trás, e vivia os mais belos sonhos de amor, curtindo a família o casamento, Não precisava muito para reparar quando Mary colocava um vestido novo ou fazia um novo corte de cabelo.

Assim é o viver, quantos perdem para reconhecer o valor, muitas vezes alguém morre para outros reconhecerem quanto o seu viver era importante, que possamos acordar enquanto há tempo para um recomeço, seja em qualquer aspecto da vida, vale a pena lembrar, desperte para o amor!!

Vale a pena viver para o amor, enquanto há vida, e conquistá-lo a cada despertar da manhã, o grande homem ou a grande mulher não são aqueles que conquistam todos no momento, e no decorrer do tempo encontra-se só, mas sim aqueles que todos os dias conquista o seu grande amor, para viver juntos até o tempo em que Deus determina, tempo este até a morte.

verginia
Enviado por verginia em 08/02/2011
Reeditado em 08/02/2011
Código do texto: T2779539