... Continuação ...

Naquele tempo, a França estava em situação complicada em seu regime governamental, enquanto já implantada a “Santa Inquisição, tornava insustentável a vida naquelas paragens, não só para os franceses, como principalmente para os Ciganos, que eram tidos como bruxos e hereges.

 

Daí as funestas previsões da Cigana Profetiza.

 

***

 

Havia nos arredores da pequena cidade, um Mosteiro de Freiras, irmãs de caridade.

Naquele convento moravam muitas religiosas, cuja Abadessa era uma jovem senhora de uns 30 anos, que fora enclausurar-se não por amor ou vocação ao santo ofício.

 

Ela fora levada para lá, pelo líder religioso local, devendo-lhe obediência plena, como castigo por tê-lo rejeitado como homem.

 

A jovem Freira, era uma cigana dessa mesma tribo que desde seus 16 anos, era apaixonada por um belo Cigano, rapaz de boa índole, que seria herdeiro do Brasão Cigano, ao qual  amara com todas as fibras de sua alma!

 

Amor esse que ardia em seu peito era cada instante mais forte e doído.

 

O Cigano apaixonado e cheio de amor e sonhos, quis levar a pequena cigana consigo quando a caravana seguiu a procura de lugares melhores.

 

 Seu velho pai, não permitiu o rapto da moça, presa no convento , pois seria mais seguro e prudente deixá-la para trás; temia a reação do clero  e que algo pior acontecesse com todo o povo.

 

Aquele amor, no entanto, jamais se apagou em seu ardente coração Cigano.

 

Quando os Ciganos passaram com suas carroças enfeitadas e barulhentas; as ciganas cantavam alegres, enquanto os homens as acompanhavam com suas palmas e violinos.

 

Na verdade estavam em festa por chegarem ao local proposto. O tempo era bom, não fazia fio nem calor. Havia muitas árvores. Um bosque encantador era banhado por um riacho que fazia crer que tudo ali era a mais pura magia de se viver.

 

Quando a pobre freira ouviu de longe a voz de seu amado, não se conteve e saiu correndo como louca ao seu encontro. Foi o encontro mais emocionante que se pode imaginar.

 

No entanto ninguém entendia nada. Ela vestida com hábito de freira, louca de amor pelo Rei Cigano, pelo chefe, que exigia respeito e dignidade de todo o seu povo.

 

A freira não aceitou voltar para a clausura, e forçando a situação em sua teimosia, o que o Cigano Rei, não relutou em seus sentimentos, levando-a consigo em sua garupa.

 

A Profetiza deu um grito, dizendo, meu Deus, a Inquisição!

 

Enquanto isso, o  Rei apaixonado, seguiu num galope desenfreado, e sumiu à frente com a amada.

 

Fixaram estadia naquele lugar e os maus agouros começaram a se realizar.

 

Mesmo com uma situação insegura, as Ciganas e os Homens da tribo, levavam os dias felizes com suas festas.

 

As Ciganas com suas danças sedutoras, jogavam seus véus para o alto e rodopiavam leves como pluma no ar.

 

Ao redor da fogueira, dançavam para seus amores.

 

A cigana colocava o pé no joelho do amado  e o tirava para dançar.

 

Era o “balé” mais encantador que se pode imaginar.

 

Pura magia encanto e sedução.

 

Os que não dançavam acompanhavam com suas palmas calorosas ao ritmo da música.

 

Uma nuvem negra pairou sobre o acampamento. Todos se estremeceram, pois acreditavam ser mau agouro. Algo ruim estava para acontecer.

 

*** A seguir parte III ***


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