AMOR.. EU TE PERDÔO

Triangulamente, tentei fazer de conta que nada havia acontecido. Emudeci diante de seus erros, dos fatos e de seus atos, tentando acreditar que de hoje em diante, eu voltaria a ser a principal.

Desfiz suas malas junto aos meus sentimentos de tristeza, na esperança de amenizar as cicatrizes que ainda ardiam em meu coração.

Propus, insisti... Investi.. Acreditei...

Me dei ao tempo no intuito de não rever outra vida, envolvida em nossas vidas. Joguei sua mala fora, acreditando que nunca mais teria que refaze-la, pois eu não queria mais ver aquela porta se abrindo, e o barulho das chaves me dizendo de que estavas indo embora.

Deixei que meu coração ficasse na arquibancada da vida, se dividindo com a plateia que sorria, e assim fui vivendo, lendo , relendo, apreciando cada script, sem medo do descortinar da janela.

Me deixei se entregar, e nessa entrega, não houve de sua parte, um pingo de integridade diante da nossa particularidade, senti a minha alma na sua, nua, mas de repente , te vi nas esquinas da vida, e mais uma vez me forçastes a juntar sua bagagem.

Por instantes, me encontrei enojada de mim mesma, burilada interiormente. indo contra algo que gritava ardentemente, mas as lágrimas se refaziam e nada mais pude ver, a não ser o sentimento do amor próprio que me fizeram levantar, e descer para a plateia.

Agora, sou eu quem quer os aplausos, pois apagastes mais uma vez, a chama que me mantinha acesa a ti. De início fora difícil, pois precisei catar os cacos em que me deixastes, pois eu mesma permiti, e enquanto eu estava na arquibancada lhe assistindo, admirando, deixei de me ver, de acertar as contas comigo mesma, dar-me as mãos, pois acreditei que sem você a plateia jamais me aplaudiria.

Lembrei de meus valores, elevei o meu ego , sorri para mim, me perdoei e vi que eu ainda estava viva, e do folego que me restou, recomecei comigo mesma.

Desci da arquibancada, abri as gavetas joguei fora tudo aquilo que me colocava para baixo, desfiz dos meus medos, me encarei, acreditei no meu potencial e fui. A plateia já me aguardava e o show da vida tem sido tão gratificante que até hoje ainda ouço o eco das palmas que me fizeram renascer. Aprendi ... Cresci...

Hoje, eu lhe perdoo por não teres sido um homem, e por não teres feito de mim, uma verdadeira mulher, como hoje eu sou.