Leste-me
Por tempos fui uma edição em língua extinta
Códigos e palavras indecifráveis,
Frases sem sentido compunham meu enredo.
Um livro velho,
Empoeirado,
folhas amareladas,
capa frágil
e um aspecto sombrio e duvidoso.
Ate que você apareceu
E me notou
Ali, jogando na estante escondido num amontoado de poeira.
Delicadamente, retiraste a poeira que encobria meu título,
Não faço ideia o que despertou em você interesse por mim.
Aos poucos foste folheando minhas paginas
com tanto zelo de forma que ninguém nunca havia feito.
Despido estava eu em tuas mãos nuas e firmes
Conseguiste ler-me
Devorava-me...
[a luz da vela não impedia em nada]
Aos poucos aprendeste a linguagem que nem eu compreendia
E como que em mágica
Tudo se transformou.
As palavras que antes eram sem nexos
Agora se encaixavam
Não era difícil entender o que estava escrito.
Há tempos não me liam
E as letras se embaralharam presas dentro daquele velho exemplar.
Só então descobri que uma linda historia de amor erra narrada em meu interior.
Agradeço-te
Meu querido leitor,
Viste em mim algo que ninguém nunca viu.
A paixão que me devotas
Trouxe-me
A Vida.