de tanto amar

De tanto amar, me encontrei descalço, meus pés ardendo e cansados, mesmo assim pareciam sorrir com os dedos, pareciam felizes e ainda incrivelmente dispostos a caminhar.

De tanto amar, minhas pálpebras pesavam tanto quanto meu corpo, ainda sim encontrava força para mante-las abertas e apreciar seu rosto.

De tanto amar, mesmo exausto, meu corpo ainda vibrava na mesma intensidade de um menino bem disposto, de uma forma incomum eu podia sentir que mesmo aparentemente esgotado, algo dentro de mim me mantinha verdadeiramente vivo.

De tanto amar, ainda que a dor tentasse me fazer escravo eu me sentia livre, leve para ser arrebatado aos céus.