SENTIMENTO MUDO

Algumas vezes nos sentimos tolos diante do silêncio e vazios diante da ausência.

Passamos por tantos problemas ao longo da vida; muitos são leves outros parecem intransponíveis.

Um dia percebemos que o sofrimento nos fez: fortes; e o desamor nos fragilizou.

Chega uma altura da estrada que estamos mesmo cansados de carregar tanta tralha, muitas vezes carregamos coisas que nem são nossas. Tem gente que leva muita gente nas costas.

Não é difícil nos perder do início, esquecer por onde queremos seguir. Meu maior medo nunca foi não ver o fim da estrada e sim sentar e assistir os passantes e ficar sem coragem para seguir em frente.

Ao longo do caminho conhecemos pessoas, nem todos ficam em nossas vidas. Muitas não fazem a menor diferença, já outras, marcam para sempre.

Quem nunca sofreu um amor não correspondido? Quem nunca chorou um amor platônico? Quem nunca arriscou tudo por amor certamente sentou à beira da estrada e se perdeu do caminho.

Com o passar do tempo e das gentes, percebemos que estar sozinho é mesmo o maior trecho do caminho. E que entre aqueles que se foram, nem todos deixaram saudade.

Precisamos mesmo é de paciência para decifrar o silêncio e de mais vida para preencher ausências.

Àqueles que acreditam que é necessário resolver os problemas primeiro para depois viver, tenho um comunicado simples: a vida é o que acontece enquanto você corre de um lado para o outro buscando que tudo se resolva.

Um dia você acorda e a paisagem pode ser bem diferente, não estranhe se for inverno e você estiver sozinho, afinal só vê a beleza das flores quem lançou e cuidou das sementes durante o caminho.

Elaine Spani

(23/12/2012)

ELAINE SPANI
Enviado por ELAINE SPANI em 23/12/2012
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