Amor

 

 

Não há coisa no mundo sobre a qual tanto se fale quanto o amor. Cantado em prosa e verso. Dito por muitos, como sendo a coisa mais importante desta vida, e, no entanto, tão pouco se conhece por experiência o significado do amor, conforme se encontra na pessoa de Deus, e que é comunicado àqueles que Lhe pertencem.

 

Paulo se refere a este amor, que é designado na Bíblia, no original grego, pela palavra ágape, como sendo o dom mais duradouro, precioso e importante que é concedido por Deus aos homens; de forma que ainda que tivéssemos toda a fé, todo o conhecimento, todas as riquezas, e até mesmo todos os dons sobrenaturais extraordinários do Espírito Santo, e não tivéssemos este tipo de amor, nada nos aproveitaria; nada teríamos de fato e nada seriamos para Deus.

Deus é espirito e definido em Sua natureza como sendo o próprio amor ágape. Assim, se não somos participantes deste amor, estamos separados da vida de Deus, e, por conseguinte, mortos espiritualmente. (I João 3: 14)

 

Somos convocados a obter e a fazer aumentar mais e mais este amor em nós, pela justa cooperação e união com todos os demais membros do corpo de Cristo, porque é nisto que se cumpre o propósito eterno de Deus em nossa criação.

Não fomos criados para a individualidade e para gastarmos a vida com nossos próprios interesses, mas com os de Deus e o de muitos. Este amor ágape não é então, mero gostar ou sentimento, mas, sobretudo ações direcionadas a servir a Deus e ao próximo, especialmente aos domésticos da fé.

Amor que impõe renúncias, trabalhos, sofrimentos, indo-se à fonte de onde procede – Jesus – para buscar renovados suprimentos da Sua graça, pela qual possamos servir uns aos outros. Amor sobrenatural, que nos é concedido como resposta às orações; nossas e da Igreja.

É este amor ágape que devemos obter e nele crescer, porque não é algo propriamente de nossa natureza, mas um dom celestial, sobrenatural, e espiritual. Na verdade, o primeiro e grande fruto do Espírito Santo relacionado por Paulo, na epístola aos Gálatas.

 

Como poderíamos amar os nossos inimigos, conforme é necessário para que sejamos imitadores de Cristo, sem estarmos revestidos do amor ágape, a saber, do próprio amor de Deus?

O amor que é fruto do afeto natural (fileo) seria suficiente para isto?

 

Sendo um amor de edificação, de construção do caráter divino em nós, o amor ágape sempre é impelido para instruir, corrigir, repreender e disciplinar mutuamente a todos os que o possuem, e daí vemos nosso Senhor afirmar que Ele repreende e disciplina a todos que ama.

Em consequência disso, o amor ágape é santificador, pois nos conduz a batalhar para que a vontade de Deus seja feita, não somente em nossa própria vida, mas também nas daqueles aos quais amamos com este mesmo amor – o amor do novo mandamento de Jesus, com o qual devemos nos amar mutuamente.

 

Nisto compreendemos, porque Jesus disse que O amamos se guardarmos os Seus mandamentos.

O simples amor fileo, de afeto natural pode não ser santificado e até mesmo se opor ao amor de Deus, como por exemplo, uma mãe que a pretexto de amar o filho, não permite que o pai o discipline nos caminhos do Senhor.

 

 

 

Você pode ler os versículos bíblicos contendo destacadas as palavras:

1 – agapao (grego) – amor divino espiritual;

2 – phileo (grego) – amor de amizade natural, gostar; relativas ao assunto, acessando o seguinte link:

http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/index.php?cdPoesia=128358

 

Pr Silvio Dutra

 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 14/10/2015
Reeditado em 23/11/2023
Código do texto: T5414095
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