O tempo
Como o tempo passa rápido, e em mesma proporção nos esmaga com seu peso insuportável.
Como nos faz vítimas do seu querer, nos dominando como marionetes.
Como pode ser amigo e inimigo. Percorrendo duas linhas tão distintas.
Como pode ele, te trazer e depois te levar.
Como se atreve o tempo me fazer sorrir e depois chorar.
Que petulância tem na insistência de perturbar.
Não sabes ele que vou usá-lo pra te esperar.
Mesmo que os dias se tornem mais longos e as noites mais frias.
Que as tarde sejam tediosas e as horas insuportáveis.
Mesmo que o vento sopre em direção contrária,
Que a lua se torne egoísta e esconda seu brilho,
Que o sol perca a vontade de aquecer e iluminar,
Mesmo assim, eu ainda teria motivos pra seguir.
Mesmo que as flores sequem e caiam,
Mesmo que a neve cubra toda a superfície,
Que os rios e mares congelem.
Mesmo que a poesia deixe de existir,
O amor se limite aos errantes,
E o lado da cama se encontre vazio.
Ainda assim, eu esperarei.
Mesmo que falte o sorriso,
Que a saudade viole,
Que brote a lágrima,
E que aperte o coração.
Ainda assim, terei motivos,
Ainda assim cantarei,
Ainda assim olharei pela janela,
Manterei firme a certeza do reencontro
A lembrança da força do abraço,
Do perfume marcante
Do beijo aliviado.
Mesmo que demore,
Mesmo que eu chore,
Ei de esperar,
E poder então revelar,
Que foi tudo por você.