O tempo

Como o tempo passa rápido, e em mesma proporção nos esmaga com seu peso insuportável.

Como nos faz vítimas do seu querer, nos dominando como marionetes.

Como pode ser amigo e inimigo. Percorrendo duas linhas tão distintas.

Como pode ele, te trazer e depois te levar.

Como se atreve o tempo me fazer sorrir e depois chorar.

Que petulância tem na insistência de perturbar.

Não sabes ele que vou usá-lo pra te esperar.

Mesmo que os dias se tornem mais longos e as noites mais frias.

Que as tarde sejam tediosas e as horas insuportáveis.

Mesmo que o vento sopre em direção contrária,

Que a lua se torne egoísta e esconda seu brilho,

Que o sol perca a vontade de aquecer e iluminar,

Mesmo assim, eu ainda teria motivos pra seguir.

Mesmo que as flores sequem e caiam,

Mesmo que a neve cubra toda a superfície,

Que os rios e mares congelem.

Mesmo que a poesia deixe de existir,

O amor se limite aos errantes,

E o lado da cama se encontre vazio.

Ainda assim, eu esperarei.

Mesmo que falte o sorriso,

Que a saudade viole,

Que brote a lágrima,

E que aperte o coração.

Ainda assim, terei motivos,

Ainda assim cantarei,

Ainda assim olharei pela janela,

Manterei firme a certeza do reencontro

A lembrança da força do abraço,

Do perfume marcante

Do beijo aliviado.

Mesmo que demore,

Mesmo que eu chore,

Ei de esperar,

E poder então revelar,

Que foi tudo por você.

Helena Pessoa
Enviado por Helena Pessoa em 01/03/2016
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