Bela adormecida

Inquieto fico, assisto.
Ouço teu sono, ressono
Me aquieto e assisto
Não sou seu dono.

Murmúrios na mente vem
Tentado sou no aqui, do além
A contemplar a alguém
Que descansa e dorme como ninguém.

Imaginando fico acordado
Ferido como se por um dardo,
Ou um tridente afiado
Estivesse de meu sangue molhado.

Doi ao ver, sentir, ter e querer
E ao lado está perto você
Que após um beijo adormecer
E de mim, ai de mim, se esquecer.

Lagrimas pra dentro escorrem
Soluços no peito percorrem
As entranhas fora explodem
Os desejos inflamados não dormem.

A noite passa segundo a segundo
Os olhos cansam, deste moribundo
Que vive triste neste imenso mundo
Enquanto dorme meu amor profundo.

Acordá-la querê-la-ia
Se desta imensa agonia
Ao acordá-la causasse alegria
Com um beijo ardente a despertaria.

Espero, espero, bela adormecida,
Pelo amanhã, ó favorecida,
Só para te ver tão agradecida
Com disposição para toda vida.

Meu amor é febre, é um quinturão
Fica apurado na doce ilusão
Esperando certa a ocasião
Para com a bela esfriá-lo então.

Acorda pra vida, acorda pro amor
Chega derretida como uma flor
Se enrosca comigo sob o cobertor
Faz-me esquecer do sono, da dor.
Carlos Jaime 12/10/2016
CARLOS JAIME
Enviado por CARLOS JAIME em 12/10/2016
Reeditado em 12/10/2016
Código do texto: T5789617
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