Naquela Hora

Deixe os dedos escorrerem pelo teclado, deixe os dedos dedilharem a emoção, deixe os dedos falarem sobre sua paixão, abra seu coração.

Não pretendo pretender, pretendo me esconder, vim aqui falar, apenas falar, que quero me comunicar. Não posso trazer a tona toda a verdade, os sinos da catedral formam um vendaval, que se confundem com o carnaval, onde não se dão o aval.

Vivamos dias de fúria, vivamos dias de injurias, falo do centro do furacão, como alguém que não tem razão. Estou cansado de rimar, vou falar, apenas falar, da chatice que é minha vida sem amar.

Sem tempo para chorar? Acho que não. Pois o que mais tenho feito todas as tardes, quando chega a hora da saudade, é ao meu choro que recorro às minhas melhores lembranças.

Minha amada: quero tanto falar que tamanha vontade de dizer que te amo, mas em palavras diversas, diferentes, para não dizer, inovadoras, com o seu swing, com o seu ritmo, em forma de musica, de verso, de prosa, inventada, como num filme, eu e você, Vi e Mimi.

Não me intimidarei ao parecer ser parecido, pois qual palavra que ainda não foi dita, por nós, mortais, mas, para você, eu faço questão de detalhar as silabas de uma forma que não vai soar copiada, e sim, cultivada, de dias e dias vividos num tonel de vinho, e só liberado na hora certa, naquela hora que a herança do tempo deixou se tornar a mais bela realidade a ser experimentada por nossas mentes e almas, curtida e absorvida na hora que a tempestade passou, na hora que a lua está cheia, na hora em que o arco-íris encontra o seu fim, na hora em que a lagarta vira borboleta, na hora em que a menina vira mulher, o menino vira homem, na hora do primeiro beijo, na hora de fazer amor, na hora em que todos os pesares se transformam em alegria, felicidade, na hora da primeira lágrima, na hora de sanar a saudade, na hora de transmitir os pensamentos, na hora de confirmar a verdade, na hora de entoarmos nossa musica, suas musicas, na hora de confirmarmos a exclusividade, de demonstrarmos que somos os escolhidos, na hora de bebermos do vinho, na hora de comermos o pão, na hora de fazermos nosso filho, e que seja filha, linda, loura, lírica, sonora, como a mãe, na hora de encontrar papai Noel, na hora de darmos continuidade ao nosso crescimento, amoroso, intelectual, enfim, anormal, na hora de brincarmos de esconde, de cabra-cega, na hora de correr para o pique, na hora de gritarmos gol do Corinthians, na hora de torcermos por mais uma cesta do New York Knicks, na hora de fazermos um filme e na hora de assisti-lo, na hora de ver Gilmore girls, na hora de irmos ao teatro, na hora de ouvirmos musica, “as suas” e outras que você vai me apresentar, na hora de brincarmos com cães e gatos, na hora de cavalgarmos, na hora de fazermos poemas, na hora de escrevermos, enfim, na hora de brincarmos de sermos eternos, nesta hora, na hora que eu e você, depois de termos presenciado tantas declarações de amor, por fim, encontramos o porvir.

Vinicius Caetano
Enviado por Vinicius Caetano em 04/08/2007
Código do texto: T592331