Os Pregos enferrujados

Às vezes me pego a olhar de forma intrínseca para os acontecimentos da história da humanidade, e me vejo a desfrutar de ideias que nem sempre são de um leitor, ou de um ouvinte que se detém aos personagens de fatos; ou de vidas importante, eu procuro pensar nos detalhes impensáveis. Meditando nas Santas Escrituras, no trecho mais marcante, e mais triste dela, onde Um Pai entrega a vida de seu próprio filho para o bem de humanidade, não olhei para o Pai, ou para a dor do seu filho, ou para o seu sangue escarlate descendo para lavagem da alma de pecadores arrependido, pus-me a observar de onde viriam aqueles pregos, pregos que cravaram a Cristo no madeiro.

Pensei então naqueles pregos sendo forjados pelo ferreiro, esfriados e colocados acompanhado de os outros, para fazerem obras monumentais, como palácios, embarcações e outros utensílios. Mas o tempo se passara e muitos daqueles pregos foram pegos, e uniram madeiras para fazerem obras de artes, outros uniram madeira para fazer móveis lindos para os palácios de reis, mas nunca pegaram três pregos, que ficavam sempre no fundo de uma boceta qualquer, e ali se passaram os anos, e aqueles pregos não foram usados para nada, e só enferrujaram, e se sujaram com o pó da fuligem dos outros pregos. O que tinha naqueles pregos que os impediam de ser usados? Ninguém sabia, ninguém entendia.

Aqueles pregos presenciaram da história de anos naquela pequena caixa arredondada; anos e anos ali... E todos que trabalhavam ali achava engraçado aquele prego não serem usados para nada, mesmo que aqueles homens quando premeditaram para usá-los não conseguiam.

Num dia tumultuado, de muito choro, e gritos alguém grita: - “já pegou os pregos”, e alguém aflito corre até aquela caixa, e lança a mão sobre os pregos, a caixa cai no chão, e aqueles três pregos velhos, antigos e enferrujados, talvez os pregos mais antigos do Mundo, foram solicitados, e aproveitados pela primeira vez em suas existências, mas que fato tão importante era este para que reservasse estes pregos tão cheios de ferrugens e sujeiras.

E o grande momento da utilização daqueles ferros chegou, um homem com uma farda toma aqueles pregos, e os colocam, apontando para os punhos, e pés de um homem, um homem que sangrava muito, por causa de açoites, de uma coroa de espinhos, a onde o seu corpo nu sobre o madeiro escandalizava a Divindade e Potestades, e ali com algumas batidas, aqueles pregos entraram naquela carne, fazendo com que a dor crescesse, e que o sangue desceu mais e mais... Depois de nove frases aqueles homens notaram que aqueles pregam foram utilizados para o maior feito da história da humanidade eles seguraram até a morte, o filho de Deus na Cruz do Calvário, nem sempre grandes feitos são lindos, e sem dores, às vezes a entrada de um nome na história é ser escolhido para fazer algo que ninguém faria....

Douglas Q Stemback
Enviado por Douglas Q Stemback em 03/07/2017
Código do texto: T6044772
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