Desastrado
Me desculpe, quebrei seu botão em flor,Jamais lhe imaginaria em lugares baixos.
_Bota horrenda! Bota horrenda a minha!
Onde estão nossas asas ó flor?...
A poesia se levanta, após período inquieto,
_Desastrado! Como sou um desastrado!
Nossas asas, estão espelhadas n’alma,
Guarde as sementes, com seu o carinho,
Disperse-as num dia d’pranto, na rega,
O tempo cuidará de ti, e de suas filhas.
Sorrirei... Lembrarei... D’onde estarei.
_Descuidado! Como fui um descuidado!
Foi sem querer Flor! Sem querer poesia!
Sua poesia vive em mim, voo para além.
_O adubo! Como pude esquecer o adubo!
Que vivam as cerejas, amoras e pitangas!
Petiscos de pássaros e cânticos de manhãs,
Recreio para crianças, sombras deste amor,
Que sejam nas ruas, alamedas e jardins,
Em campo aberto, ou beira de estrada.
_Fui o culpado! Sempre sou o culpado!
Que contem estória d’este amor sem fim,
Herança florescente, d’Asas Flor e Poesia.
_Ó como fui cego! Cego sou!
Desculpe-me, pela quebra do seu botão,
Não lhe imaginara em lugares baixos.
_Cuidemos bem de nossas flores.