38 - CARVALHO

Putz, 38 me faz pensar numa arma de fogo, que serve para defesa como para prática de roubos, que sem piedade, por qualquer merreca puxa-se o gatilho para ficar no lucro, pura ilusão, cinquentão, cenzão, quinhentão, não interessa, não justifica tirar uma vida por tão pouco, só que quem a pratica está tão fora de si que não percebe a besteira que está fazendo e isso o será cobrado, pode até tardar mas virá o momento da cobrança.

No meu caso trata-se da linha do tempo, essa régua me faz refletir sobre 38 anos de convivência com alguém muito especial, meu grande e único amor, com quem compartilhei todos os momentos, tanto os altos como os baixos, crescemos juntos, amadurecemos e constituímos nossa família, minha querida e amada esposa, a qual é cumplice de tudo que vivemos, nosso primeiro filho, nossa segunda filha e nossa caçula, formamos a família que tão rapidamente se desenvolveu, hoje todos casados nos proporcionaram com três filhos cada, nos agraciando com nove netos que amamos tanto como nossos filhos.

Como é rápido todo esse processo, ainda ontem embalávamos em nossos braços os fazendo nanar e hoje curtimos nossos adoráveis netinhos.

Deusa, meu amor, você não é a minha outra metade, você é a minha metade, você me completa, me preenche, não consigo imaginar como seria minha vida sem você, preciso de você, dependo de você, para dormir, me alimentar, acordar, conversar, discutir, me irritar, mas preciso muito de você, não dá para simular vivermos separados, você é tudo que sempre sonhei e sonho até o dia em que Deus nos permitir.

Essa bodas que comemoramos não me satisfaz, quero mais, quero ir além do carvalho, curiosamente as listas só vão até cem anos, que celebra-se bodas de jequitibá, quem sabe atingiremos esse patamar.

A nossa convivência tem data limite, espero que a minha partida ocorra anterior a sua, porque sinceramente não suportaria viver sem você, se isso se realizar, ficarei feliz se você entender e suas lembranças retratar nossos melhores e mais felizes momentos, não sofrendo com minha ausência, pois acredito que nos reencontraremos em outro plano para vivermos na eternidade como parceiros, assim como temos sidos até então.

Quero lhe agradecer por tudo que vivemos e me desculpar pelas reconhecidas falhas cometidas, claro que não foram voluntárias e sim circunstanciais, inevitáveis por momentos e situações externas e completamente imprevisíveis, que fugiram da nossa possibilidade de atuação, nos deixando impotentes para reagir e evitar.

Quando celebramos nossa bodas de porcelana, vinte anos, também escrevi finalizando: “A gente deu certo porque nos interessamos e não nos preocupamos com quem está ao nosso redor, se aprovam ou reprovam nossas atitudes, fizemos por nós e vivemos a nossa vida, tropeçamos, tombamos, caímos, levantamos, estufamos o peito, erguemos a cabeça e sempre visualizando o horizonte, lutamos e plantamos o fruto que colhemos”.

Vladis 311221

Vladis
Enviado por Vladis em 31/12/2021
Código do texto: T7418687
Classificação de conteúdo: seguro