MINHA HISTÓRIA DE AMOR

Posso ser poetisa ou não...sei que sou professora, sou mulher!

Tenho 46 anos, meu marido Márcio 34.Somos casados há 9 anos.Não temos filhos por opção.Nós somos professores e achamos melhor dedicar-nos ao magistério.

Nossa história de amor é bonita, daria até um belo poema ou quem sabe um conto.

Em 1984, mudei-me de Porto Alegre para Lomba Grande, deixei família e vim trabalhar na telefônica local.

Nesta época não havia celulares e em Lomba Grande não tinha DDD.

Quem queria fazer uma ligação, tinha que ir à central telefônica ou pedir para a telefonista fazer a ligação e depois passar para a residência.

A mesa telefônica era pré-histórica, como as dos filmes antigos, cheia de fios e plugues.Um verdadeiro caos!

Havia, um menino de 12 ou 13 anos, que todo dia vinha até a central ligar para seu pai, que nesta época trabalhava em Paracatu (MG).Ele tinha saudades do pai, pois eram muito unidos.

Normalmente, era eu que fazia as ligações, pois trabalhava no turno intermediário.

Nos finais de semana, as telefonistas faziam plantões de 15 horas corridas, para poderem folgar dois dias.(Era ilegal, mas compensava por causa da folga).

Nos plantões de domingo, o menino vinha à central trazer gibis, Tio Patinhas, Pato Donald e assemelhados para eu ler e também ficava ali conversando comigo e tomando chimarrão.

Assim, nasceu uma amizade entre eu e o menino.

Passou o tempo, deixei a telefônica, fiz concurso para o magistério, passei e fui lecionar em Novo Hamburgo.

Certo dia, indo até o centro de Lomba Grande, vi um rapaz de uns 20 anos que me acenava insistentemente...era o menino, hoje um rapaz, quase adulto.

Conversamos muito tempo.Ele, tímido, contou-me de seus amores e desamores, de seus estudos...disse-me que tinha saudades de nossa antiga amizade!

Terminada a conversa, voltei para minha casa!

Quatro anos se passaram.Eu já estava com 38 anos, solteira por opção.

Cansada de andar de ônibus, criei coragem e comprei um carro.Custei para aventurar-me no trânsito.Enquanto isto, um amigo ajudava-me indo aqui e ali comigo.(Comodista eu!).

Este amigo perguntou se podia levar um outro amigo para jantar numa noite em minha casa.Disse a ele: “Sem problemas!”

O amigo do amigo era o mesmo menino da telefônica...

Que por sua vez hoje é meu marido Márcio a quem muito amo...amo tanto quanto eu amo a poesia.

Márcio alimenta meu corpo e meu coração.A poesia e os poetas a quem amo alimentam a minha alma poética.

Não é uma linda história de amor?