VAZIO IMENSO

Prólogo

Algumas pessoas se sentem desconfortáveis frente à morte. Mas, creia, para o espírito é um momento belo e grandioso. Em mim você sempre via uma aura brilhante e que eu nunca consegui ou não quis enxergar.

Aos seus olhos eu era inteligente, imbatível e forte. Ledo engano. Eu sempre fui um fraco e mesmo assim você me sublimava. – (Nota deste Autor).

A ANGÚSTIA DE UM VAZIO IMENSO

Hoje, nos meus sonhos cinzentos, ouço os sussurros dos que no escuro, madrugada fria e chuvosa se amam, e me recordo de que outrora fazíamos, incansáveis, o mesmo. O tempo passa lento e essa lembrança ainda é uma angústia, mais que uma sensação de dor intensa num vazio imenso.

E no abismoso momento desse pesadelo, que deveria ser um sonho colorido, vejo seu corpo hirto, nas vestes translúcidas. A nigérrima escuridão causa-me ânsia de vômito ao sentir sua tez antes viçosa, mas naquele instante sem brilho, nem calor, e fria.

Não percebi sua passagem... Em paz, você se foi tal qual um raio de luz e não está mais na dimensão grotesca e desprovida da aurora de luz que ainda desnorteia minha vida.

Passava-se o tempo e você continuava inacessível até eu descobrir como lhe contactar pelo fervor de uma prece e lembrança de uma canção que cantávamos juntos: "Hello, hello I don't know why You say goodbye I say hello".

CONCLUSÃO

O turbilhão de sentimentos acumulados por muitos anos eclodiu no ápice da minha passagem. Agora meus dias estão coloridos e iluminados. Não sinto o frio da solidão nem a dor na tristeza do abandono.

Fui ao seu encontro para sermos felizes outra vez. E juntos haveremos de sublimar a redenção dos que sempre se queriam unidos, na comunhão do amor fraterno.