O Tempo de Amar e Perdoar

Quando me propus a escrever sobre o amor e o perdão, logo me veio a mente a seguinte pergunta:

“Em que tempo devemos amar e perdoar?”

É um questionamento que deixa em aberto na existência humana uma virtude que ainda precisa ser estabelecida, inserida e praticada pelas pessoas nas relações e convivência da coletividade e, de maneira peculiar nas famílias, onde tudo se começa a ser construído, a partir do momento em que nos tornamos membros dela. Porém cabe ressaltar, que quando embarcamos no primeiro vagão do trem da vida vamos acumulando experiências e memórias, surgindo assim os percalços que deixam marcas e mazelas que causam desconforto emocional abalando intimamente o indivíduo através de profusas maneiras, exigindo habilidades cognitivas que protejam a sua psique de distorções e interpretações inverídicas. No entanto, ainda há um déficit comportamental que deixa o sujeito mais vulnerável, minando a capacidade de se autopreservar diante das sutilezas das emoções e sentimentos conflitantes e ambíguos, que o impendem de se comportar e assumir uma postura de gentileza e compaixão diante das falhas do outro e de si mesmo, para desenvolver em sua vida fundamentos essenciais como: empatia, compreensão, compaixão, amor, perdão, tolerância, autopiedade, atos de gentileza etc., a fim de aplicá-los e tornar as trocas de informações consigo mesmo e com os outros para que esteja mais suscetíveis a estímulos reforçadores comportamentais que possa produzir efeitos colaterais menos aversivos e diminuam os conflitos e desentendimentos que atrapalham a construção de um mundo melhor para todos, dificultando a prática do amor e do perdão em todos os âmbitos da vida.

Pois assim sendo, se conseguirmos desenvolver virtudes que favoreçam tal objetivo, com certeza tornaríamos o campo existencial mais significativo para ambas as partes envolvidas nas relações construídas, onde a satisfação e o bem-estar beneficiária os indivíduos e o contentamento expandiria e a oportunidade de extrair do garimpo da existência tesouros valiosos que ainda não foi explorados por uma gama de sujeitos, porque ainda não aprendeu a desenvolver um olhar humanístico em relação ao outro. Se comportando dessa maneira, a pessoa perde o benefício das trocas de experiências, emoções e sentimentos que se complementam fazendo uma junção para fortalecer e cooperar um com o outro, sendo assim, fica mais provável que ocorra a superação caso algo venha a ocasionar um declínio emocional, que traz danos irreparáveis na vida de alguém que porventura estiver envolvido em situações que poderiam ser resolvidas de maneira pacífica e, onde ambos os sujeitos aprendam a aceitar que todos estamos em uma jornada em que o processo de evolução contínua nos torna humano, limitados e imperfeitos, que poderá ferir e ser ferido em algum momento dessa bela existência e que deixaremos marcas nas pessoas que amamos e elas também deixará marcas em nós que podem desestruturar a base emocional e deixá-la mais fragilizada.

Por conseguinte, podemos aproveitar circunstância e conveniência para corrigir nossas falhas e atos negligentes que afeta o outro e, quando isso acontece a virtude da coragem e humidade de pedir perdão e/ou perdoar, nos prepara para um sentimento que unifica e aproxima as pessoas que às vezes ferem e ora são feridas – o AMOR. Portanto, muitas vezes achamos que o outro nos feriu, mentiu para nós, nos tratou com desrespeito etc., quando na verdade, interpretamos de maneira distorcida e sem evidências de que o nosso pensamento é verdadeiro.

Lembra-te da pergunta que fiz no início desse texto? “Em que tempo devemos amar e perdoar?”. A resposta é bem simples – “o aqui e agora”. Por isso, não perca a chance de progredir no único tempo que você tem para permitir mudanças significativas em sua vida hoje mesmo. Afinal, ninguém tem o amanhã e pode ser tarde demais para amar e perdoar. De fato, isso ajudará você a se despedir deste mundo com a alma leve e tranquila, deixando o seu legado para as próximas gerações porque a existência um dia cessará para todos, e em razão disso, não deixe para fazer isso na última hora e/ou último suspiro, de repente você não consiga se redimir da culpa de não dizer para o outro que – “eu te perdoo fulano (a)” e/ou “você me perdoa fulano (a)” e “eu te amo fulano (a)”. Desta maneira, liberando uma carga emocional excessiva e pesada antes de sua viagem definitiva em que restará apenas as lembranças e as memórias.

Qual é o legado que você quer deixar quando não estiver mais entre os seus e a humanidade na qual pertence? O que você quer que as pessoas falem sobre você quando estiverem em seu velório?

Repensar atitudes e comportamentos é um passo que te conduzirá para ações mais conscientes e assertivas dentro desse processo de transformação e conseguir realizar mudanças significativas e relevantes na sua vida, porque sempre terá alguém que se inspirará em você para que aconteça com ele e/ou ela as mesmas mudanças que fez de você uma pessoa melhor.

Fica o alerta! Portanto esteja aberto e disponível para praticar o PERDÃO e o AMOR. Acredite que juntos, eles podem resolver a maioria dos conflitos na desafiadora tarefa de construir relacionamentos intrapessoal e interpessoal nos mais variados campos existenciais em que fazemos parte.

Gilmar Polese,

Especialista em Inteligência Emocional, Programador Neurolinguistico e Coach.