Em verso e rosa

EM VERSO E ROSA

Silvana Cervantes

Flores não murcham por falta de água apenas...

Empalidecem quando não são cheiradas,

quando os olhos não cobiçam tê-las para si,

quando a beleza das pétalas,

já tanto faz se um dia o fez...

Perdeu a vez!

Como um velho cancioneiro, jaz

num canto qualquer das boas lembranças...

E lá vem o poeta,

choramingar, gotas de orvalho

num despertar sem graça da alma...

Não vê poeta tolo?

Choveu toda a madrugada!

Orvalhar, só deixará a esperança enrugada!

Entorna a viola no saco,

sai de mansinho

enquanto dorme o jardim...

Ninguém te ouviu,

nem viu,

talvez a flor mais sensível sentiu...

Verá depois,

saberá mais tarde

se em algum peito o amor ainda arde...

PERSEVERA!

Amor não combina com investimento,

vê, lá se isso tem jeito?

Não tem rima, nem cabimento!

Amor, é amor e pronto!

Poeta tonto

é o que não acredita

na força de um amor

cantado em prosa

e no encanto tão simples de uma rosa!

30/01/08

Silvana Cervantes
Enviado por Silvana Cervantes em 29/01/2008
Código do texto: T837265