SACRIFÍCIOS

Às vezes o amor pede sacrifícios. O sentimento, então, põe-se à prova. Quantos e quais sacrifícios faríamos por amor? Qual a intensidade necessária ao amor, para encarar sacrifícios.

É difícil prepararmo-nos para sacrifícios quando a antevisão de um relacionamento leva-nos ao paraíso utópico, onde tudo é aceito em nome do sentimento. Geralmente sacrifícios são belos quando vistos por quem não precisa praticá-los. Às vezes, se a dor nos atinge, a realidade fere e a beleza se desfaz no paraíso imaginário.

Há beleza em todos os cantos, quando se quer ver. A dor, no entanto, nos força a distinguir entre o duradouro e o fugaz, a beleza e o enfeite, a realidade e a fantasia. A dor não é o problema. ela mostra que o problema existe e precisa ser solucionado. A partir dessa perspectiva pode-se ver beleza no sacrifício pela solução de problemas reais. O sacrifício dói mais quando nos negamos a reconhecer a importância dos outros, apiedando-nos de nós mesmos como se nossos problemas fossem os mais importantes. Não é tão difícil aprender a diminuir problemas somando forças, dividindo o que temos e multiplicando solidariedade e amor, ainda que doa. Talvez não haja dor no paraíso, mas o paraíso não é aqui.