Separação? ADEUS??? (e eu não quero isso...)

Esta semana tive contato com um rapaz, bem jovem, que “sofria de amor”. Muito abatido, dizia que a vida não valia mais a pena. O relacionamento estava terminado e ele nunca mais veria a pessoa, que tinha se afastado. Lágrimas, emoções e suspiros de 5 em 5 minutos...

Esta é uma experiência praticamente inevitável na vida humana. Mais cedo ou mais tarde, você terá que dizer ADEUS a alguém.

De fato, há muitas despedidas na vida. Encontramos vários casais que encerram tudo, depois de um começo cheio de paixão. Sabemos que os filhos crescem e se vão, deixando os pais com o coração partido de saudade. Muitas vezes temos de nos distanciar de amigos queridos, verdadeiros irmãos. E há ainda a separação “fatal”, quando alguém importante parte para a eternidade.

O ser humano passa por muitos afastamentos e, em última instância, sofre com isso. A hora do adeus é particularmente difícil.

Tão marcante, a experiência pode se repetir mesmo com “gente desconhecida”, cuja companhia nos é preciosa em determinado momento, fazendo toda diferença em nossa vida. Isso aconteceu com os dois discípulos que encontraram Jesus, depois de ressuscitado, no caminho de Emaús, e que não queriam que ele se fosse (Lucas 24:13-35).

Ao nos referimos ao Mestre, devemos lembrar suas palavras finais, antes de seu sacrifício de cruz, o que traz à tona o mais forte sentimento de afastamento que se seguiria:

E agora vou para aquele que me enviou; e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais?
Antes, porque isto vos tenho dito, o vosso coração se encheu de tristeza. (João 16: 1-(5-6)-33).

Mas se a dor do afastamento e da saudade praticamente integra a vida, gerando, inclusive, revolta e desejo de vingança contra quem os provocou, o que é possível fazer a respeito?

A lição surge do próprio Cristo que, ao se despedir, promete voltar, e isso é motivo de alento e esperança.

A melhor forma para conduzir nossos pensamentos é dirigi-los à confiança de que, mesmo separados de irmãos, amigos, filhos, eles continuam a partilhar nosso mundo, sendo provável que nossos caminhos se cruzem novamente.

Os amores demolidos poderão ser reconstruídos, ou se isso não for possível, outras oportunidades surgirão, num ambiente mais propício e com mais paz.

Mesmo o ódio e as brigas – motivos de afastamentos com “idas e vindas” - podem se transformar em amor e aproximação, se houver a 'liga' do perdão.

Nossa maior esperança, que envolve até mesmo os que já partiram desta vida terrena, repousa na FÉ DA ETERNIDADE - prometida por Deus - pois ali não haverá mais morte nem sofrimentos (Ap 21:4), e ficarão para trás as lembranças, pois estaremos sempre juntos com o Senhor:

Não quero, porém, irmãos, ...que.vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. ...
...Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido... e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. (I Tessalonicenses 4:13-18).

Texto de autoria de Pastor Elcio Lourenço. Pastor desde 1968.
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