As 8 festas solenes do Senhor a Israel (1) - Lv6

Nada há tão belo como as festas planejadas a Israel, tanto do ponto de vista da graciosa intimidade do Senhor e seu povo, quanto do ponto de vista profético. Costuma-se contar estas festas como sendo sete, mas logo no início de Levítico 23 uma festa semanal não contada é apontada – “o sábado do descanso, santa convocação”.

Era por causa deste descanso semanal que as outras festas teriam seu lugar na vida daquele povo, acrescentando que “seis dias trabalho se fará, mas o sétimo dia será o sábado do descanso”, e não o inverso, descanso e então o trabalho. Significando que as festas subsequentes teriam como objetivo proporcionar o verdadeiro descanso quando se cumprissem profeticamente ao longo do tempo, como ensina Hebreus.

“Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus [Israel] (Hb 4.9).

Assim, o descanso eterno daquele povo começava com a segunda festa – a Páscoa do Senhor (v. 5). E na verdade ela já se havia realizado no tempo – na saída forçada de Israel do Egito e que já comentamos. Tudo começou aqui. Sangue de um substituto havia sido derramado, embora animal. Mas chegaria o momento para o sangue divino que os redimisse de forma perfeita, completa, única.

“Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1 Co 5.7).

Primariamente, este Cordeiro foi enviado para Israel, como Ele mesmo garantiu – “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15.24). Nós, gentios, entraremos depois nesta provisão, mas isto será assunto mais para frente.

Mas a Páscoa salvadora exige uma nova associação – a festa dos pães asmos (ou sem fermento). Já vimos que o fermento representa o pecado, este ingrediente tão nocivo em nossas vidas. Não há como ser aproximado ao Senhor sem que Ele exija em contrapartida nossa pureza de vida, ou santidade.

“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.

Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade” (1 Co 5.7-8).

Chegados à posição de “filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa” (Fp 2.15) – pelo sangue da Páscoa, agora temos que manter esta posição na vida diária pelo alimento diário de Cristo mesmo.

“Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre” (Jo 6.57-58).

A quarta festa – Primícias – fala de um molho, ou pequeno feixe, tirado do total da colheita. Ou seja, uma colheita total está prevista no tempo, mas neste momento, depois que “houverdes entrado na terra, que vos hei de dar” (v. 10), um representante da primeira colheita seria ofertada ao Senhor nesta festa específica. É pena que não possamos esmiuçar este assunto nestas notas. Teremos que ser breves.

As primícias representam a ressurreição de Cristo e Sua chegada ao Pai, nas regiões celestiais.

“Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque assim como a morte veio por um homem [Adão], também a ressurreição dos mortos veio por um homem [Jesus]...

Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda [mais precisamente Sua segunda vinda secreta e silenciosa]” (1 Co 15.20-23).

Cristo foi o primeiro a ressuscitar para nunca mais morrer. Logo ao ressurgir da tumba, Ele garantiu a Madalena:

“Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20.17).

Mas antes de subir acima de todos os céus na ressurreição, Ele havia descido ao fundo do abismo naqueles 3 dias de sepultamento, e de lá retirou um pequeno feixe como garantia de que toda massa eleita um dia seria também apresentada ao Pai.

“Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora, isto – ele subiu – que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas” (Ef 4.8-10).

Ele levou cativo, juntamente consigo, todos os salvos que aguardavam, no lugar dos mortos, sua ressurreição de entre os perdidos. Era o molho primário que nos garante que, um dia não muito distante, todos ressuscitaremos como declara Paulo.

Mas não podemos continuar este interessante assunto. Deixo o link de um livro deste autor sobre o assunto, caso queira se aprofundar.

https://issuu.com/ministerioescrito/docs/o_mundo_dos_mortos

Passaremos em seguida às 4 festas restantes.