O fim (in)evitável de Samaria e Israel - Cr4

A partir de Jeú (cerca de 841 a 814 a.C.), uma sequência de reis inúteis avança com rumo certo para o cativeiro.

Com Jeoacaz (814 a 798), a Síria oprime Israel por muitos dias, levando ao seu enfraquecimento militar. Mesmo clamando ao Senhor, e Deus levantando um libertador da opressão furiosa daqueles, não traz a reforma necessária para uma nova esperança.

Jeoás (798 a 782), apesar de retomar as cidades que seu pai perdera para a Síria após consultar Eliseu, também despreocupou-se com o bem espiritual de seu povo. Restava sempre a misericórdia de nosso Deus.

“Porém o Senhor teve misericórdia deles, e se compadeceu deles, e tornou-se para eles por amor da sua aliança com Abraão, Isaque e Jacó, e não os quis destruir, e não os lançou ainda da sua presença” (2 Re 13.23).

Com Jeroboão (793 a 753), “a miséria de Israel era muito amarga” (2 Re 14.26). As injustiças sociais eram graves, mal que rendeu ao profeta Amós duras repreensões (leia Amós 2 e 7).

Quatro reis se sucedem – Zacarias, Salum, Menaém e Pecaia – os dois primeiros e o quarto por conspiração em governos curtíssimos, e o terceiro sofre invasão da Assíria, tendo que pagar grande fortuna retirada dos nobres para que o inimigo se retirasse.

Depois se levanta Peca (740 a 732), que sofrerá a primeira deportação para a Assíria (733 a.C.), e que ficou bem retratado em 2 Re 15.29.

“Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser, rei da Assíria, e tomou a Ijom, a Abel-Bete-Maaca, a Janoa, e a Quedes, a Hazor, a Gileade, e a Galiléia, e a toda a terra de Naftali, e os levou à Assíria.”

O último rei de Israel toma seu trono em conspiração – Oséias (732 a 722), que presenciará a deportação final e definitiva de seu povo, cumprindo uma profecia de Aías feita cerca de duzentos anos antes deste evento, logo que se separou Israel em duas nações, pelo pecado de Jeroboão.

“Vai, dize a Jeroboão: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Porquanto te levantei do meio do povo, e te pus por príncipe sobre o meu povo de Israel, e rasguei o reino da casa de Davi, e o dei a ti, e tu não foste como o meu servo Davi, que guardou os meus mandamentos e que andou após mim com todo o seu coração para fazer somente o que era reto aos meus olhos, antes tu fizeste o mal, pior do que todos os que foram antes de ti...Também o Senhor ferirá a Israel como se agita a cana nas águas; e arrancará a Israel desta boa terra que tinha dado a seus pais, e o espalhará para além do rio [Assíria]; porquanto fizeram os seus ídolos, provocando o Senhor à ira. E entregará a Israel por causa dos pecados de Jeroboão, o qual pecou, e fez pecar a Israel” (1 Re 14.7-16).

Citaremos novamente a causa deste terrível flagelo pela ótica divina, visto que temos o costume de lançar nossas próprias culpas aos ombros de terceiros.

“No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou a Samaria, e levou Israel cativo para a Assíria; e fê-los habitar em Hala e em Habor junto ao rio de Gozã, e nas cidades dos medos, porque sucedeu que os filhos de Israel pecaram contra o Senhor seu Deus, que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e temeram a outros deuses.

E andaram nos estatutos das nações que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel, e nos dos reis de Israel, que eles fizeram.

E os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contra o Senhor seu Deus... E o Senhor advertiu a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas.

Porém não deram ouvidos; antes endureceram a sua cerviz, como a cerviz de seus pais, que não creram no Senhor seu Deus...

Portanto o Senhor muito se indignou contra Israel, e os tirou de diante da sua face; nada mais ficou, senão somente a tribo de Judá...

Assim andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão tinha feito; nunca se apartaram deles; até que o Senhor tirou a Israel de diante da sua presença, como falara pelo ministério de todos os seus servos, os profetas; assim foi Israel expulso da sua terra à Assíria até ao dia de hoje” (2 Re 17.6-23).

Temos o triste conceito de que Deus perdoará todas as nossas transgressões sem maiores problemas. E glória a Deus! Ele certamente perdoará se confessarmos em nome de seu Filho Jesus. Mas não removerá suas consequências na medida exata da proporção do erro e do pecado. Elas nos servirão de sinal da desaprovação de nosso Senhor, e para que pensemos sete vezes antes de infligirmos sua santidade em nossas vidas.

Espero que você me acompanhe em nossa próxima nota, quando passaremos aos reis de Judá.